Exemplo de superação, Alan Ruschel pode conquistar o quarto título depois da tragédia da Chapecoense

Exemplo de superação, Alan Ruschel pode conquistar o quarto título depois da tragédia da Chapecoense

Um dos poucos sobreviventes da queda do avião na Colômbia, em 2016, lateral é um dos símbolos do atual time do Juventude

João Paulo Fontoura

Alan Ruschel pode ficar marcado na história como capitão do bicampeonato do Juventude

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Até novembro de 2016 a carreira de Alan Ruschel não era muito diferente da maioria dos jogadores do futebol brasileiro. Se não é fácil passar no final das categorias de base para o profissional, é muito difícil também fincar raiz em um clube. É natural vestir várias camisas e rodar pelo país afora. Naquele ano, porém não só a carreira, mas a vida do lateral-esquerdo mudou para sempre. Oito anos depois da tragédia com o avião da Chapeconse, ele pode ficar eternizado também no Juventude, onde tudo começou.

"Eu, o Ramiro, o Alex Telles a gente era mais novo e ele sempre ajudou quem vinha da base passando confiança para os guris. Deu todo o suporte para a gente sempre desde o início", recorda Bressan, hoje no Nantong Zhiyun, da China. Nas categorias de base do Ju, uma turma foi montada, criou e fortaleceu uma amizade intocável com o passar do tempo. Hoje, os guris do Jaconi ganharam o mundo, cada um fazendo o seu percurso, mas com algo em comum: a origem na Serra gaúcha, a identificação com o Juventude e o fortalecimento de laços pessoais.

"Eu e o Alan temos uma amizade de muitos anos. Depois que a vida deu uma reviravolta. Depois de ter dado uma oportunidade de jogar futebol após aquela tragédia, ele é um cara exemplo de superação. Ele tem nove parafusos na coluna. É um cara que está todo o dia se reinventando e se reconstruindo", atesta Follmann, ele assim como Alan, um dos sobreviventes do voo 2933 da LaMia que caiu com a delegação da Chapecoense vitimando 71 pessoas, em 2016.

Sobreviventes da tragédia de 2016, Follmann e Alan Ruschel tem amizade desde a base do Juventude | Foto: Arquivo Pessoal

É nesse ponto que a carreira de Alan Ruschel, hoje com 34 anos, se torna completamente diferente da de qualquer outro jogador. Follmann, por exemplo, perdeu uma das pernas e interrompeu o sonho de ser goleiro ainda jovem. Neto, outro dos "heróis de Medellín", chegou a voltar a jogar, mas não por muito tempo. Essa sorte sorriu apenas para Alan. Na Chape sagrou-se campeão catarinense em 2017 e 2020, mesmo ano em que conquistou também a Série B, competição que voltou a disputar no ano passado quando retornou para nova passagem no Juventude. Neste sábado outro momento histórico está ao alcance dele e do clube.

"Sem sobra de dúvida ele está na melhor fase da carreira. E pessoalmente também. Foi pai há poucos dias do Pedro. Ele está construindo uma história bonita depois do acidente", diz o ex-goleiro, que não nega a torcida pelo amigo: "A gente se ama, é irmão. É muito prazeroso ver ele nesse momento da vida. Está escrevendo ainda mais a história dele no futebol. Tenho um respeito e admiração muito grande mesmo. Como pai, como amigo, como marido e por isso torço muito por ele.”

"Jogando uma final de Gauchão, tenho certeza que para ele seria muito especial levantar esse título histórico para o clube. Merece tudo que está acontecendo”, afirma o zagueiro Bressan, amigo de Alan Ruschel desde as categorias de base do Juventude

De longe na China, Bressan também estará na torcida pelo parceiro de vestiário, churrasco, risadas e rodas de violão quando ainda piás em Caxias do Sul. Ou até hoje quando o calendário do futebol permite uma turma histórica se reencontrar para colocar o assunto em dia. "Uma pessoa notal mil, um baita de um jogador. Estou muito feliz pelo momento dele pelo momento que está passando, de ter voltado para o Juventude liderado o time como capitão na volta à Série A. E agora, jogando uma final de Gauchão, tenho certeza que para ele seria muito especial levantar esse título histórico para o clube. Merece tudo que está acontecendo", encerra Bressan.

O único título gaúcho da história do Juventude foi conquistado em 1998 quando Alan, Ramiro, Alex, Bressan, Follmann, entre outros eram ainda crianças e sequer sonhavam um dia receber uma chance de profissionalmente. Alan teve duas.

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