Final da Libertadores da América reúne dois exemplos de SAF’s do futebol brasileiro
Enquanto o Botafogo está nas mãos de um magnata americano, Atlético-MG é gerido por grupo de milionários atleticanos de Belo Horizonte
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Botafogo e Atlético-MG disputam neste sábado em Buenos Aires, na Argentina a final da Libertadores da América, no estádio Monumental de Núñez. Fora do campo, a trajetória dos dois tem uma convergência. Em comum a recente transformação em SAF, uma tendência entre os clubes. O caminho até esse modelo foi motivado em ambos os casos por dívidas assustadoras: de R$ 1,3 bilhão para o 'Fogão' em 2022 e de R$ 2,1 bilhões para o 'Galo' no ano passado.
"O sucesso chegou antes do que imaginávamos", disse recentemente John Textor, o polêmico dono da SAF do clube carioca. Proprietário de várias equipes através do grupo Eagle Football Holdings, entre elas o Lyon, punido na França por seu alto endividamento, o magnata americano transformou o Botafogo, que estava na segunda divisão no ano anterior à sua venda. Em 2022, Textor comprou 90% das ações depois de se comprometer a investir, pelo menos, R$ 400 milhões. Desde então, o Botafogo se tornou o caso esportivo de maior sucesso das SAFs no Brasil.
O bom momento tem a ver, em parte, com o investimento de R$ 231 milhões. Com esse dinheiro, foram contratados o meia argentino Thiago Almada e o atacante Luiz Henrique, destaques da equipe na temporada. A expectativa é terminar a temporada com uma redução de R$ 500 milhões em seu passivo.
Ao contrário do Botafogo, o Atlético-MG ficou nas mãos de um pequeno grupo de milionários de Belo Horizonte que emprestaram milhões durante anos em condições muito favoráveis para o clube. Parte dos empréstimos destes mecenas se transformou em ações quando compraram a SAF em outubro de 2023, quase dois anos depois de a equipe voltar a conquistar o Campeonato Brasileiro depois de meio século de espera.
Antes de se tornar SAF, o Atlético contratou jogadores de nome como Hulk, Paulinho e Diego Costa. Naquele momento o Galo estava entre os clubes mais endividados do país. "A SAF é um elemento que caiu do céu para poder reconstruir", disse o empresário Rubens Menin, acionista majoritário do 'Galo', ao portal Globo Esporte em julho. "Saímos do inferno e chegamos no purgatório, mas ainda não chegamos no céu", acrescentou. Segundo ele, a melhora do Atlético está relacionada com a possibilidade de quitação de dívidas com as SAFs (já reduziram em cerca de R$ 700 milhões).