Kannemann chega a 33 vitórias em Libertadores pelo Grêmio em jogo no seu feitio

Circulou nas redes socias logo depois da vitória do Grêmio sobre o Huachipato um vídeo de Kannemann com uma rápida fala: "Muito feliz, dia de chuva, barro. Dia de Grêmio", diz o zagueiro então na zona mista da Arena. O sorriso contido com a então classificação dramática nos pênaltis contra o Bahia na Copa do Brasil do ano passado provavelmente escondia também uma satisfação pelo cenário do jogo. Algo muito parecido ao encontrado no estádio CAP, em Taltachuano, ontem no Chile.

Natural de Concepción del Uruguay, no interior da Argentina, o zagueiro ganhou muito cedo a admiração da torcida pela maneira de se comportar dentro e fora do campo. No vestiário pela simplicidade no trato com os funcionários e nas quatro linhas pela entrega ao time. Na ausência de Geromel, o argentino é quem tem usado a braçadeira de capitão. A dupla histórica da zaga em breve terá uma nova dupla de olho na titularidade: Jemerson e Rodrigo Caio, recém contratados, ficam liberados para atuar a partir de julho.

Enquanto o eterno parceiro encaminha a última temporada no clube, Kannemann tem mais um ano de contrato com o Grêmio. Quando chegou a Porto Alegre em 2016 não tinha nem sombra da moral que possui hoje. É uma das lideranças internas no grupo comandado por Renato Portaluppi e raro remanescente da passagem anterior do treinador. Ou seja, há história construída desde então. Até hoje foram 42 jogos, 8 empates, 11 derrotas e 33 vitórias vestindo azul, preto e branco, a última nesta terça-feira abaixo de chuva, vento e frio.

Ainda na infância quando se mudou para Ciudad Evita, em La Matanza, região metropolitana da capital Buenos Aires, o futuro zagueiro do Grêmio jogou muitas vezes em campos embarrados como os que enfrentou na partida que carimbou a classificação do Grêmio às oitavas de final da Libertadores.

Conforme dados do site Sofascore, na vitória de 1 a 0 sobre os chilenos foram 10 cortes, 1 chute bloqueado, 5 duelos ganhos no chão e 3 em jogadas aéreas. O uniforme branco praticamente encoberto pelo marrom do barro do gramado ao final do jogo fica como uma imagem emblemática de um jogador que disputa, no seu feitio, pela oitava vez a maior competição da América.