Tacada milionária do Grêmio espera colher frutos futuros
Dirigentes entendem que quitação de parte da dívida a credor o fortalece na relação com a Arena

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Uma tacada jurídica e financeira da ordem de aproximadamente R$ 20 milhões com um dos mais antigos parceiros comerciais do clube em tese, permite ao Grêmio, a partir de agora aumentar o tom de voz nos diálogos, nem sempre amistosos, com a Arena. O valor pago agora ao Banrisul corresponde a um terço da dívida que a gestora do estádio tem com outros bancos credores do negócio. E dessa forma dá um fôlego para o tempo restante do contrato, uma vez que boa parte do valor devido é de interesse de investidores alheios distintos aos do clube gaúcho.
A demora para o restabelecimento do estádio após a enchente de maio foi apenas mais um episódio da desgastada relação que se arrasta desde a inauguração da Arena em 2012. De lá para cá nunca o Grêmio se viu atendido na totalidade de seus pleitos, sendo o futebol, razão de ser do clube, mais de uma vez ficar em segundo plano.
Pelo menos esse é um dos caminhos que os dirigentes vislumbram de posse do movimento de articulação realizado de forma “reservada” como diz um trecho da nota do anúncio de ontem. “Vamos colher em campo o resultado desse movimento jurídico e financeiro que realizamos”, diz o presidente Alberto Guerra, apoiado pelo vice Eduardo Magrisso, que completa: “O fato é que se trata de uma parte relevante da dívida da gestora da Arena e que, agora sob controle do clube, amplia o poder do Grêmio nas negociações sobre a operação da Arena”.
A manobra gremista se dá poucos meses depois do aporte de R$ 50 milhões na última janela de transferências para a aquisição de três jogadores: Aravena, Arezo e Monsalve. Antes, no primeiro semestre o clube já comprara Pavón por R$ outros 20 milhões. Ou seja, em menos de um ano, a não ser que tenha havido a ajuda de terceiros, o Grêmio lança mão de quase R$ 100 milhões de seus cofres.