“Tem que acompanhar até a terceira divisão”, analisa Pelaipe
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“Tem que acompanhar até a terceira divisão”, analisa Pelaipe

Diretor-executivo fala sobre bastidores do seu trabalho no Grêmio e apostas como Rondinelly

Laion Espíndula/Correio do Povo

Pelaipe fala sobre bastidores do seu trabalho no Grêmio e apostas como Rondinelly

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No fim da agitada tarde de quinta-feira, pouco antes de conceder entrevista ao Correio do Povo, o diretor-executivo Paulo Pelaipe recebeu algumas das dezenas de telefonemas que atende diariamente. O assunto da vez era Sandro Silva, jogador do Inter. O clube teria tentado “atravessar” a negociação do volante rival, segundo declarações de Fernandão. “Teve um repórter que já me ligou 22 vezes”, reclamou. Resignado, interrompeu sua agenda e concedeu entrevista coletiva aos setoristas que cobrem o dia a dia do time. Depois de negar a interferência por cerca de meia hora, sentou-se em uma das poltronas da sala de imprensa e suspirou: “Vamos lá, podem começar”.

Sobre outros assuntos, Pelaipe gosta de falar. Solícito, discorre a respeito das razões que o trouxeram de volta ao clube do coração há 10 meses, em agosto do ano passado. Foi chamado para assumir o departamento de futebol do Tricolor em um momento de crise. Logo após a demissão do técnico-ídolo Renato Portaluppi, o time estava na parte de baixo da tabela do Campeonato Brasileiro. “Vim por causa da proposta profissional, pois queria desenvolver esse tipo de trabalho em um clube grande. Eu também queria retribuir ao Grêmio pelo que aprendi”.

A presença de profissionais remunerados ainda é recente nos times brasileiros. Assistir ao maior número de jogos possíveis é a receita de Pelaipe para quem quer ser diretor de futebol. “O dirigente tem que sempre estar atualizado, tem que acompanhar futebol, até da terceira divisão. Saber a situação dos jogadores, ter um bom banco de dados e bons informantes. O principal é gostar e ver futebol, até mesmo quando está no restaurante, jantando. Por exemplo, me ligaram para falar do Rondinelly. Daí comprei o Campeonato Goiano (na TV) e fui olhar as atuações do garoto”, comenta.

Pelaipe afirma que chega a trabalhar por 15 horas pelo clube. A dedicação “full time”, como chama, dá tranquilidade ao Conselho de Administração para tratar de questões políticas e financeiras. “O Conselho determina qual é a política de futebol do time e eu executo. Meu tempo é exclusivo para o Grêmio, cuidando do grupo principal ou da base”, contou, acrescentando que não se sente sobrecarregado pela ausência de um vice-presidente de futebol. Segundo ele, é melhor ter poucas pessoas na direção do clube.

Confira abaixo análises do dirigente sobre o trabalho no Tricolor:

Profissão x Coração
“Dirigente não pode ter coração, paixão. Tem que sempre trabalhar com a razão, tem que ser mais forte. Tem que medir os prós e contras e trabalhar com a razão. Quando cheguei aqui, o Grêmio estava perto da zona do rebaixamento e eu precisava dar um choque. Era um momento muito difícil e tivemos que tomar algumas atitudes duras, como trocar a comissão técnica, trocar treinador, preparador físico. Não é fácil para o dirigente ter que trocar um treinador.”

Sigilo nas negociações
“É muito importante manter sigilo, hoje, diante das disputas constantes que temos. Mas é difícil evitar que determinada informação seja vazada. Porque tem a competência da imprensa. Outra coisa: tem alguns empresário que tratam e que não vazam, mas outros não. E quanto mais pessoas envolvidas, fica mais difícil de controlar. Às vezes, o próprio jogador conta para a esposa, familiar ou um amigo. A gente tenta de todas as formas segurar por determinado período. E quanto mais próximo da contratação, mais difícil fica.”

Reforços para o próximo semestre
“Nós temos que trazer mais dois jogadores. Vamos trazer um atacante de velocidade, de lado. Tem o Campeonato Brasileiro e a Copa Sul-Americana. Para disputar um título, o Grêmio precisa montar um grande elenco. Não adianta ter 11 jogadores apenas. Agora, vão chegar o Fábio Aurélio e o Zé Roberto. A janela de transferências abre no dia 20 (de junho). A gente não pode deixar para cima da hora, tem que se programar”.

Vestiário
“Se a gente tem um vestiário que não ganha, tem que formar grupo que ganha. Trazer jogadores vitoriosos, vencedores, para poder mudar o pensamento dos jogadores. Para mudar este estado de ânimo do Grêmio nos últimos anos. Por isso, reformulamos o elenco no início do ano.”

Contratação de Kléber
“Foi praticamente dois meses de muito trabalho. E eu com uma cobrança muito grande da imprensa, o que é bom. Mas trabalhava com descrédito porque a torcida do Grêmio tinha uma decepção muito grande no início do ano (devido ao negócio fracassado com Ronaldinho). Ao mesmo tempo que o Grêmio se preparava para contratar um grande jogador como o Kléber, havia a desconfiança por causa daquela negociação do início do ano. Disputamos o jogador com o Corinthians, com o Palmeiras... dois grandes clubes com as maiores torcidas do Brasil. A concretização da negociação deu gás, oxigênio para o departamento de futebol trabalhar.”

Apostas
“Futebol se faz de apostas. Estamos trazendo uma série de jogadores para a base. Porque temos que abastecer o Sub-16, sub-17.”

Um centroavante em 24 horas

“É um jogador (Brandão) que tinha possibilidade de contratar. Apesar de não estar em algum clube, eu estava no mercado porque tinha uma empresa de consultoria. Eu estava no mercado, tinha viajado para a Europa. Então, eu sabia que ele estava disponível e o Grêmio precisava de um camisa 9. E ele foi importante para o Grêmio na temporada. Naquela ocasião,a janela estava fechada e só podia contratar jogador do Brasil que tinha atuado até por seis jogos no Brasileirão. Tinha um universo limitado. Mas ele foi muito importante para o Grêmio”.



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