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A médio e longo prazos, acordo com LFU tira competitividade do Inter

Por isso, clubes tentam recomprar parte dos direitos de mídia negociados com grupo de investidores no ano passado

Devido a acordo com a LFU, clube receberá menos dinheiro da TV nos próximos anos
Devido a acordo com a LFU, clube receberá menos dinheiro da TV nos próximos anos Foto : RICARDO DUARTE / INTER / CP

Pouco mais de um ano após o Conselho Deliberativo do Inter aprovar o ingresso do clube na Liga Forte União (LFU), o modelo de negócio começa a dar sinais de desgaste. Embora ainda não tenha se manifestado oficialmente sobre o tema, os dirigentes colorados, assim como os de outros times que compõem a LFU, estão tentando recomprar pelo menos uma parte dos 20% dos direitos de mídia vendidos a um grupo de investidores como parte daquele acordo. O motivo é simples: o Inter e os demais clubes da LFU perderão competitividade no médio e longo prazos, principalmente em comparação com os clubes que estão na Libra (como o Grêmio), que não venderam seus direitos.

O Inter cedeu 20% dos direitos de TV por 50 anos em troca de R$ 218 milhões. Metade desse valor foi recebida no ano passado, e o restante seria quitado em duas parcelas: a primeira, de R$ 54 milhões, a ser paga agora em setembro, e a próxima, de mesmo valor, em maio de 2025. Como o clube vendeu antecipadamente e já está recebendo o montante, ao longo dos próximos 50 anos o Inter ganhará menos dinheiro que seus concorrentes da Libra. Assim, a tendência é que o time tenha um elenco teoricamente mais fraco, perdendo competitividade em relação aos rivais.

Além disso, especialistas avaliam que os R$ 218 milhões recebidos pelo Inter representam um valor baixo, principalmente considerando o potencial de crescimento nos próximos anos — lembrando que o contrato é de cinco décadas. Por isso, os clubes agora buscam desfazer o negócio, ou pelo menos parte dele. A ideia é recomprar 10% dos direitos, deixando de receber as duas parcelas ainda não quitadas pelos investidores.

Nesta segunda-feira, o CP entrou em contato, por mensagem, com Carlos Gamboa, representante da Life Capital Partners (LFC), empresa que participou da transação, para perguntar se a proposta de recompra feita pelos clubes tinha possibilidade de sucesso. “Sim. Grande chance”, respondeu Gamboa. Ele também confirmou que os valores também seriam os mesmos.

Os investidores não estariam conseguindo honrar o pagamento aos clubes dentro dos prazos estipulados no contrato, especialmente os da Série B. Portanto, a recompra por parte dos clubes, de certa forma, atenderia aos interesses de ambas as partes.

CAIXA – Como o Inter contava com o ingresso de R$ 54 milhões, oriundos da LFU, terá que recorrer a outra solução para manter as contas em dia até o final do ano. A venda de jogadores não é mais uma possibilidade, pois a janela de transferências para os principais mercados está fechada. Dentro desse contexto, o grande desafio dos dirigentes será manter os salários dos jogadores em dia.