Cláusula no contrato livra Inter de multa em caso de perda de mando de campo
Caso punição do TJD seja mantida, clube queimará créditos e se aproximará de multa de R$ 1,6 milhão à Brio
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O contrato original previa uma indenização que deveria ser paga à Brio se o time não pudesse, por qualquer motivo, usar o estádio reformado em suas partidas. A cláusula foi inserida a pedido da empresa para protegê-la de uma eventual punição imposta ao clube, exatamente como esta que o Inter corre o risco de receber agora.
Porém, essa parte do contrato foi alterada quando o clube recebeu, de forma oficial, o Beira-Rio e deu a obra como concluída. Como houve sucessivos atrasos por parte da construtora, ocasionando alguns prejuízos ao clube, Luigi solicitou algumas compensações para a Brio. Segundo o novo acordo, o Inter abriu mão das multas pelos atrasos em troca de um “crédito” relativo à perda de três mandos de campo.
Outro ponto do ajuste final foi a retroatividade do início da parceria. Ao invés de o prazo do contrato começar a valer a partir da data do recebimento da obra, que seria outubro de 2014, a Andrade Gutierrez aceitou antecipar para março. Devido a isso, o início formal da parceria que se estenderá por 20 anos passou a ser em março de 2014. Outro foi a troca de mãos da área onde funcionava o antigo restaurante Chopão, que passou da Brio para o Inter.
Porém, se a punição imposta pelo Tribunal de Justiça Desportiva se confirmar - o Inter está recorrendo da decisão -, serão queimados dois jogos do "crédito" acertado por Luigi. Ou seja, em caso de uma nova perda de mando de campo superior a um jogo, o clube não escapará de pagar a compensação à parceira.
Brio acumula déficit
A reforma do Beira-Rio foi projetada para custar R$ 330 milhões. Em troca dela, o clube cedeu à construtora Andrade Gutierres (que é uma das empresas que compõe a Brio – a outra e a Banco BTG Pactual) os direitos de exploração de 5 mil cadeiras VIP, estacionamento, 66 camarotes e suítes, 55 skyboxes, 44 lojas em shopping e área alimentação do estádio.
A Brio contava com a comercialização desses espaços para recuperar o investimento, mas vem acumulando déficit desde a reforma do estádio.