Cobiçado pelo Inter, Centurión enfrenta rejeição da torcida e do técnico do Racing

Afastado do time principal do Racing após empurrar o técnico Eduardo Coudet em uma confusão em decorrência da derrota para o River Plate, Ricardo Centurión foi rejeitado pelo comandante e caiu no conceito da torcida, que viu o atleta criado na base como um ídolo. O presidente do clube de Avellaneda, Víctor Blanco, falou que teve uma conversa com o treinador depois da partida e que "El Chacho me disse que Centurión não joga mais com ele, falou isso a mim e aos líderes que estavam lá". Segundo a imprensa argentina, se a relação entre o jogador e a direção não for reconstruída, ele pode jogar no Brasil: Inter e o Flamengo teriam interesse.

O diretor-executivo do clube gaúcho, Rodrigo Caetano, negou a existência de negociações pelo meia-atacante, mas o jogador pode ser mais uma alternativa estrangeira no plantel, que poderia se aproveitar da situação para tentar uma tratativa. Se nos bastidores a aceitação não é das melhores, a torcida também rejeita o ídolo depois do ato de indisplicência. O jornal Olé, principal periódico esportivo da lançou uma pesquisa para descobrir o que os fãs do times acham que deveria acontecer com o jogador. Entre os mais de 45 mil participantes, quase 70% afirmaram que ele não deve jogar mais com o manto da La Academia, enquanto 20%  acreditam que o ideal é deixá-lo na reserva por uma semana. Apenas 10% votaram pela imediata reincorporação à equipe.

Apesar disso, a direção ainda não tomou uma posição final e esperará para decidir o que acontecerá com o atleta. Conforme informações, o empresário Delcir Sonda teria concordado em dar um aporte financeiro na tentativa de contar com o argentino. Na tarde de ontem, ocorreu uma reunião em São Paulo. A negociação seria por empréstimo até dezembro. O atleta chama atenção pela velocidade e pelo drible. Neste momento, o Inter tem sete estrangeiros no grupo. Os argentinos Andrés D’Alessandro, Victor Cuesta e Martín Sarrafiore; os uruguaios Nico López e Jonatan Alvez, que sequer foi inscrito no Gauchão, o peruano Paolo Guerrero e o colombiano Santiago Tréllez.

Com passagem pelo Brasil – jogou pelo São Paulo em 2015 – Centurión tem 26 anos e foi formado nas categorias de base do clube que hoje defende. Em 2013, foi emprestado para o Genoa, na Itália. Retornou à América para atuar no Tricolor Paulista e, em 2016, foi cedido ao Boca Juniors por empréstimo. Um ano depois, voltou ao clube europeu e, em 2018, regressou ao Racing. Em maio do ano passado, ele foi um dos 35 pré-convocados pelo técnico Jorge Sampaoli para a disputa da Copa do Mundo da Rússia.