Gols iguais sofridos pelo Inter colocam em xeque estrutura defensiva
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Gols iguais sofridos pelo Inter colocam em xeque estrutura defensiva

Comentaristas listam quatro pontos que ajudam a explicar os problemas dos últimos jogos

Lucas Mello

Em jogadas idênticas, Nikão marcou dois gols contra o Inter no Beira-Rio

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Nos últimos dois jogos, contra São Paulo e Palmeiras, o Inter sofreu bastante com problemas defensivos. Tanto no Beira-Rio, quanto no Allianz Parque, os comandados de Mano Menezes levaram cinco gols em jogadas parecidas: cruzamentos laterais e atletas adversários livres para completar para o gol de Daniel.

No empate por 3 a 3 contra o Tricolor paulista, em Porto Alegre, Nikão, duas vezes, e Luciano tiveram liberdade para concluir ações que foram construídas pelo lado direito. Já em São Paulo, na derrota para o Verdão por 2 a 1, foi a vez de Gustavo Gómez e Gabriel Menino aparecerem livres para concluir.

Foto: Cesar Greco / Palmeiras

O Correio do Povo elencou quatro possíveis motivos que influenciam diretamente nessa deficiência defensiva colorada. Para isso, conversou com os comentaristas Gutiéri Sanchez e Cristiano Oliveira, da Rádio Guaíba. 

Ausências de Bustos e Renê

Nos últimos confrontos, o técnico Mano Menezes não pôde contar com Fabricio Bustos e Renê, os dois laterais titulares da equipe do Inter, por causa de lesões musculares. Para piorar, contra o líder Palmeiras, os reservas imediatos Heitor e Moisés, negociados com o futebol europeu, não puderam atuar. Dessa forma, Gabriel Mercado foi improvisado na lateral-direita e o garoto Thauan Lara foi utilizado no lado esquerdo.

Enquanto Bustos tem uma característica mais ofensiva, mesmo que também ajude na defesa, Renê é o oposto. O camisa 6, na maioria das vezes, é fixado com uma espécie de terceiro zagueiro, justamente para que o argentino possa apoiar do outro lado.

Para o comentarista Gutiéri Sanchez, além da qualidade de Bustos e Renê, tem a questão do entrosamento que os dois jogadores adquiriram desde que chegaram ao clube neste ano: “Bustos e Renê fazem falta. Por mais que o Bustos tenha uma incumbência ofensiva muito maior, mas ele faz uma boa cobertura, é bom na marcação. Entra, também, no quesito entrosamento. Do outro lado, o Renê nem se fala. O Renê é, praticamente, um outro defensor, fica muito mais, vai poucas vezes à frente e estanca, claro, as investidas”.

Recuperados de lesões musculares, os dois atletas devem reforçar o Inter diante do Atlético-MG neste domingo, às 16h, no Beira-Rio. O retorno de Bustos e Renê é comemorado, principalmente, porque, na metade da outra semana, o Colorado joga a primeira partida das quartas de final da Sul-Americana, contra o Mengar, competição que é prioridade no Beira-Rio.

"Rodízio" de zagueiros

Desde que chegou ao Colorado, em abril, Mano Menezes já utilizou quatro duplas de zaga diferentes, sem dar sequência a dois zagueiros titulares. Até este momento da temporada, o treinador escalou: Mercado/Vitão, Mercado/Moledo, Kaique Rocha/Vitão e Vitão/Moledo.

Em alguns momentos, essas trocas constantes são justificadas por suspensões e questões clínicas. Diante do Athletico-PR e do Palmeiras, por exemplo, Mano optou por preservar Rodrigo Moledo por causa dos gramados sintéticos, o que poderia trazer problemas ao defensor, que retornou após grave lesão no joelho direito.

“Esse revezamento de nomes acaba influenciando. Desde o jogo contra o Santos, o chama a atenção no time do Inter defensivamente é a facilidade com que os adversários conseguem, não só alçar a bola na área, seja por cima ou colocar ela por baixo, mas também colocar adversários em condições para finalizar após esses cruzamentos. A falta de entrosamento influencia”, analisa Gutiéri Sanchez.

Para Cristiano Oliveira, mesmo que ainda não fixe uma sequência de jogos, Mano Menezes têm, sim, uma dupla de zaga titular: “Me parece que Mano Menezes definiu a zaga titular com Moledo e Mercado. Particularmente, vejo Vitão superior ao argentino no jogo aéreo”.

O certo é que esse ponto, também, pode acarretar nos gols “iguais” sofridos pelo Colorado nos últimos jogos. Tanto na questão de falta de qualidade, como também, principalmente, na falta de entrosamento entre os jogadores do setor de defesa.

O contestado Daniel

Muito elogiado na temporada 2021, onde salvou o Inter em vários jogos, o goleiro Daniel é um dos jogadores mais contestados do elenco pela torcida em 2022. As falhas contra o Globo, na eliminação da Copa do Brasil, e contra o Grêmio, no primeiro Gre-Nal da semifinal do Gauchão, são determinantes para as reclamações.

Segundo Gutiéri, Daniel tem demonstrado deficiência nessas bolas cruzadas na área colorada, tanto por cima, como por baixo: “Em alguns gols, a bola deveria ser dele (Daniel), mas acaba não sendo. Até em momentos que não saem gols dos adversários, o Daniel mostrou dificuldade de sair por cima. Mas me chamou a atenção a dificuldade do Daniel de interceptar cruzamentos que vêm por baixo, na frente dele, deixando a bola passar, achando que alguém vai tirar”.

No início da semana, o Inter demitiu o preparador de goleiros Daniel Pavan. O comentarista Cristiano Oliveira acredita que essa troca pode “responder” o porquê da má fase vivida pelo arqueiro: “Daniel é um bom goleiro que vive má fase. A troca do preparador de goleiros vai nos responder onde estava o problema. Vamos aguardar.”

Além de Daniel, Mano Menezes conta com Keiller, Emerson Júnior e Anthony como opções no grupo profissional. Porém, até este momento, o treinador não indica nenhuma mudança no gol.

Falta de proteção dos volantes

Em especial no segundo gol do Palmeiras, marcado por Gabriel Menino, foi exposto um problema a mais em jogadas laterais: a falta de proteção dos volantes nas infiltrações de jogadores adversários na área colorada.

No time organizado por Mano (no 4-4-2), Gabriel é o único volante mais marcador. Um pouco mais à frente, Edenilson e Carlos de Pena tentam auxiliar o camisa 23, mas deixam a desejar em alguns momentos. “Mano Menezes tem optado por De Pena ao lado de Gabriel. O uruguaio está longe de ser bom marcador. Vejo Gabriel sobrecarregado, sim”, analisa Cristiano.

Embora essa questão defensiva seja um problema, Gutiéri entende que não tem como “abrir mão” dos camisa 14 e 8, pelas qualidades que possuem: "Quando o Inter não tem a bola, há uma certa desproteção, sim. Pelas características, não é a qualidade. Não tem como abrir mão, por exemplo, de um De Pena ou um Edenilson. Mas na característica eles não marcam tanto para ajudar, por exemplo, o Gabriel. Se o Gabriel tivesse alguém que marcasse mais, poderia auxiliar um pouco mais", destacou. "Tem também uma falta de cobertura e eu não digo do volante em si. Mas, ao não ter alguém para ajudar esse volante, ele fica ‘vendido’, tendo que fechar o centro ou auxiliar pelo lado. E sempre vai ficar um buraco. Esses jogadores estão ali fazendo essa cobertura, mas tem que ver com que qualidade eles conseguem se antecipar, desarmar, interromper as transições ofensivas do adversário. E isso o Inter tem tido alguma dificuldade”.

No domingo, o Inter recebe o Atlético-MG, às 16h, no Beira-Rio, pela 20ª rodada do Brasileirão. É a primeira oportunidade para Mano Menezes tentar estancar esse problema defensivo que vem assombrando o Colorado nos últimos jogos. E, também, voltar a vencer na competição nacional, o que não acontece há três jogos.


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