Assim que os jogadores colorados foram para o vestiário, logo após as comemorações pela conquista do Gauchão que ocorreram sobre o gramado do Beira-Rio, encontraram o técnico Roger Machado e o presidente do Inter, Alessandro Barcellos. Ainda emocionados pelo que havia acabado de ocorrer, mas já recuperados da algazarra festiva, eles conversaram com os atletas e passaram um recado: “Temos certeza de que o grupo foi formado e está preparado para disputar coisas maiores. A conquista do Gauchão é algo grande e é muito importante para o nosso trabalho, porque consolida um passo e reafirma tudo que fizemos até aqui. Mas temos condições de brigar por objetivos ainda maiores”, afirmou o presidente, diante da plateia atenta.
Quando citou “coisas maiores”, ele se referia, claro, às demais competições que o Inter terá na temporada. Ou seja, o Brasileirão, a Libertadores e a Copa do Brasil. Porém, como o próprio Barcellos afirmou em seu discurso no vestiário e depois repetiu em suas entrevistas, a “régua subiu”. Até agora, o Inter enfrentou apenas dois times da Série A − o Juventude e o próprio Grêmio. É verdade que não perdeu nenhum desses confrontos (foram duas vitórias e dois empates em 2025), mas a estreia no Brasileirão já indica que, daqui para frente, as dificuldades serão maiores. De cara, o Inter pega o Flamengo, na noite de 29 de março (sábado), no Maracanã.
“O Inter fez um bom Campeonato Gaúcho. Encarou a competição com seriedade, trabalhou muito e conquistou o título com merecimento. Agora, a régua sobe muito. Então, temos que fazer mais aqui também. Esse título gaúcho é um passo importante, mas precisamos seguir em frente, continuar crescendo e não achar que esta etapa, por si só, nos satisfaz. Queremos mais e sabemos que temos condições de brigar”, finalizou Barcellos.
Roger Machado corroborou as falas do dirigente na intimidade do vestiário em sua entrevista coletiva. Ele valorizou o título, que interrompeu um jejum de quase nove anos do Inter e impediu que o Grêmio alcançasse o octa, o que seria uma marca histórica, mas também projetou o restante de 2025. Completamente adaptado ao Colorado, embora seja cria do rival, o técnico tem capital, pelo trabalho feito até agora, para se desafiar.
“Essa conquista (do Gauchão) vai ficar marcada por vários motivos: interromper uma sequência do adversário e o tempo sem conquistas no Inter. Resgatamos algo importante e afastamos os fantasmas das eliminações que assombravam esse grupo. A gente tira tudo isso da frente para que o clube consiga seguir seu caminho, buscando outras conquistas tão importantes quanto essa. Temos um grupo jovem, com alguns jogadores experientes. E começar a carreira vencendo também é muito significativo”, afirmou.
Após as comemorações, que começaram no Beira-Rio e seguiram pela madrugada de segunda-feira em uma churrascaria de Porto Alegre, os jogadores ganharam folga. O retorno aos treinos, já com foco nos próximos compromissos, ocorre na quinta-feira. A partir de agora, além dos jogadores que participaram da campanha no Gauchão, Roger contará com três reforços: o volante Diego Rosa, o zagueiro Juninho e o meia Óscar Romero.