MP encontra depósitos para ex-dirigente do Inter em 2015
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MP encontra depósitos para ex-dirigente do Inter em 2015

Segundo investigação, Carlos Pellegrini recebeu valores da família do lateral Paulo Cézar

Fabrício Falkowski

Paulo Cézar treinava sozinho, em Canoas, quando foi contratado, em dezembro de 2015. Ficou oito meses

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Paulo Cézar Magalhães nasceu em Porto Alegre, mas começou a carreira no Chile, onde passou por Antofagasta, Cobreloa e Universidad de Chile. Em dezembro de 2015, quando foi anunciado reforço do Inter, treinava em uma praça em Canoas para manter a forma física. A sua contratação surpreendeu a torcida e a imprensa e, agora, mais de três anos depois, a transação, que custou pelo menos R$ 1,5 milhão ao clube, é alvo de investigação do Ministério Público. De acordo com documentos aos quais o Correio do Povo teve acesso, o então vice de futebol na gestão de Vitorio Piffero (2015/2016), Carlos Pellegrini, recebeu valores do próprio Paulo Cézar e também do seu tio, que intermediou a contratação.

Paulo Cézar não chegou a participar de 10 jogos pelo Inter. Em setembro de 2016, foi emprestado ao Criciúma, mesmo tendo contrato até o final de 2016. Para trazê-lo, o Inter aceitou pagar R$ 75 mil de salários, além de R$ 41,3 mil de direitos de imagem mensalmente. Por fim, o lateral-direito ainda recebeu R$ 150 mil de “luvas”, que é uma espécie de retribuição por ter aceitado a oferta do Inter - conforme mostra a reprodução do contrato do jogador obtida pelo CP.


O MP, entretanto, quebrou o sigilo bancário das contas de Pellegrini e encontrou repasses de Paulo Cézar da seguinte forma. O jogador assinou contrato na segunda-feira, dia 21 de dezembro. Dois dias depois, ou seja, em 23, uma quarta-feira, o Inter fez um depósito de R$ 150 mil na sua conta. Na segunda-feira seguinte, dia 28, o tio do jogador, que também se chama Paulo Cézar e foi jogador da dupla Gre-Nal, fez um depósito de R$ 30 mil em uma conta no Banrisul pertencente a Pellegrini. A investigação do MP, cruzando as datas e horários de saques na conta do jogador e depósitos em dinheiro na conta do ex-dirigente, acredita que esta não foi a única recompensa paga a Pellegrini pelo jogador e seus familiares.

De acordo com o MP, a transação que envolve Paulo Cézar é apenas um exemplo da forma como o departamento de futebol colorado funcionou durante a gestão de Vitorio Piffero. Durante a investigação, o “MP descobriu que negociações e renovações com atletas que normalmente não seriam realizadas, pelo menos nos patamares econômicos constatados, foram efetivadas sob os cuidados do investigado mediante prévio ou posterior repasse de valores”, conforme registrou o site da entidade.

Em dezembro passado, com autorização da Justiça, o MP realizou busca e apreensão nas residências de escritórios de ex-dirigentes daquela época. Piffero e Pellegrini foram alvos da ação. Além deles, o MP recolheu documentos e computadores nos escritórios de dois empresários: Rogério Braun e Fernando Otto.

MP fala em “organização criminosa”

Caracterizada pelo Ministério Público como “organização criminosa”, a gestão de Vitorio Piffero teria desviado valores superiores a R$ 10 milhões – em uma estimativa cautelosa – ao longo dos dois anos em que esteve à frente do clube. Ela é investigada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) desde o segundo semestre de 2017. Em 20 de dezembro, um dia antes do início do recesso da Justiça, o MP deflagrou a Operação Rebote e cumpriu 20 mandados de busca e apreensão em investigação que apura a ocorrência dos crimes de apropriação indébita, estelionato, organização criminosa, falsidade documental e lavagem de dinheiro. Além do próprio Piffero e do vice de futebol, Carlos Pellegrini, também são investigados Pedro Affatato (vice de finanças), Alexandre Limeira (vice de administração), Emídio Marques Ferreira (vice de patrimônio) e Marcelo Castro (vice jurídico).

Desde a última segunda-feira, quando se encerrou o recesso da Justiça, os advogados dos investigados têm acesso aos documentos da investigação, entregues pelo MP em um pen drive. São milhares de páginas.

Advogado: “Ele vai nos explicar”

O CP tentou entrar em contato com Carlos Pellegrini, que não atendeu às ligações. O seu advogado, Jorge Teixeira, confirmou que teve acesso à investigação na terça-feira. Disse também que ainda não havia debatido com seu cliente a estratégia de defesa. “Vamos separar tudo e nos reunir com o Pellegrini. Daí, ele vai nos explicar. Então, terei condições de falar”, afirmou o advogado. A reportagem também tentou falar com Paulo Cézar e com o seu tio, que não responderam às chamadas.

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