Receitas sociais estáveis são mais um motivo para a fragilidade das finanças do Inter
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Receitas sociais estáveis são mais um motivo para a fragilidade das finanças do Inter

Clube não reajusta mensalidades do sócios desde início de 2023. Cálculo é que clube perdeu R$ 100 milhões em três anos

Fabrício Falkowski

Por falta de reajuste das mensalidades, clube deixou de arrecadar cerca de R$ 100 milhões ao longo de três anos

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Enfrentando uma grave situação financeira, com dívidas crescentes e um déficit projetado de R$ 44 milhões para este ano, o Inter tem aberto mão de receitas importantes provenientes do quadro social devido à ausência de uma política permanente de reajuste das mensalidades. O último aumento ocorreu em janeiro de 2023. O anterior, em 2018. Como consequência, as receitas sociais mantiveram-se estáveis, sem oscilações significativas nos últimos anos, reduzindo gradativamente sua representatividade dentro do orçamento do clube por causa da inflação.

| Foto: ARTE LEANDRO MACIEL / FOTO DE RICARDO DUARTE

O problema é que o aumento das mensalidades, de acordo com o estatuto do clube, deve, obrigatoriamente, ser aprovado pelo Conselho Deliberativo (CD). Em 2023, a proposta da atual gestão foi recompor a inflação desde 2018. Ou seja, pleiteava um reajuste de até 27%. Porém, os conselheiros, alegando ainda os impactos da crise econômica decorrente da pandemia, optaram por aprovar um aumento de 10%.

De acordo com o presidente Alessandro Barcellos, na reunião do Conselho Consultivo realizada nesta segunda-feira, o clube deixou de arrecadar cerca de R$ 100 milhões nos últimos três anos devido à ausência de reajustes das mensalidades. Esses recursos, segundo o próprio presidente, seriam suficientes para enfrentar o endividamento. Dessa forma, talvez não fosse necessário lançar o plano de debêntures, que enfrenta resistência dos conselheiros por colocar o Beira-Rio como garantia da dívida.

“O custo de vida, em geral, teve um acréscimo importante nos últimos anos. Tudo aumentou. Mas não conseguimos reajustar as mensalidades do clube na mesma proporção. O maior prejudicado é o próprio Inter, que deixa de arrecadar recursos importantes que seriam fundamentais para a sua saúde financeira”, lamenta o 3º vice-presidente Victor Grunberg. No orçamento de 2025, já aprovado pelo CD, não há previsão de reajuste, uma estratégia da diretoria para evitar novos desgastes.

Atualmente, um associado de carteira vermelha paga R$ 137,50 por mês e tem direito a ir a todos os jogos no Beira-Rio sem pagar ingresso. Além disso, possui prioridade na reserva de lugares, o que é fundamental em partidas mais importantes. Entretanto, há outras categorias associativas que pagam a partir de R$ 10,00 (essas, sem ingresso garantido). Recentemente, o clube lançou uma campanha para chegar a 150 mil associados. Na reta final do Brasileirão, encostou na meta, sem alcançá-la. De acordo com o Portal da Transparência, o clube tinha 145 mil sócio no último dia de setembro.

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