Conheça os esportes que estão nos Jogos Olímpicos de Paris-2024: surfe

FALTAM 6 DIAS PARA OS JOGOS OLÍMPICOS DE PARIS-2024

Apesar de uma forte campanha para o surfe integrar a programação olímpica ter começado desde a Antuérpia-1920, a modalidade fez sua estreia nos Jogos apenas 100 anos depois, em Tóquio-2020. Um havaiano, Duke Kahanamoku, ganhador de cinco medalhas na natação entre as edições de Estocolmo-1912 e Antuérpia-1920 foi o pivô da campanha, ao declarar que realizava seus treinos no mar, em cima de uma prancha de madeira. Se um havaiano foi o pioneiro a espalhar a prática do surfe ao redor do mundo, coube aos californianos organizarem os primeiros campeonatos da modalidade. Mesmo assim, o Comitê Olímpico Internacional (COI) só aceitou a sugestão de Kahanamoku em 2016. Quatro anos depois, Ítalo Ferreira conquistou o primeiro ouro olímpico brasileiro no surfe.

Quem vence?

Leva a medalha o atleta que obtiver a melhor nota dos árbitros a partir das manobras executadas no mar ao longo da prova.

Quais são os critérios de avaliação?

Os árbitros dão suas notas baseados na performance do surfista sob as águas com base em cinco critérios:

• Dificuldade - O nível de ousadia do surfista para executar as manobras.
• Inovação e progressão - Aqui o que mais conta é a criatividade do atleta para fazer movimentos novos em cima da prancha.
• Variedade - Quanto mais diversas as manobras do surfista na mesma onda, maior será a sua pontuação.
• Combinação - Combinação entre as manobras, além da fluidez entre o começo e o fim do movimento.

E a pontuação?

Cada manobra do surfista é avaliada por cinco árbitros que dão notas de 0 a 10. A mais alta e a mais baixa são descartadas e a média das três restantes determina a nota final de cada onda. No final das apresentações, as notas finais de todas as ondas são computadas, mas somente as duas melhores indicam a pontuação final, que chega no máximo a 20 pontos.

Por que as provas não serão realizadas em Paris?

Única disputa que não acontecerá na capital francesa, os surfistas terão que viajar cerca de 15 mil quilômetros de distância até a ilha de Teahupo'o, no Taiti, território francês na Oceania. O local foi escolhido em 2020, principalmente por já fazer parte da Liga Mundial de Surfe, a WSL.

Do que são feitas as pranchas?

Os modelos antigos feitos de madeira foram substituídos pelas fibras de vidro e poliuretano, muito mais leves, além de facilitarem o deslize na água. A largura do objeto influencia na estabilidade do atleta. Ou seja, pranchas mais estreitas permitem manobras mais ousadas. Porém, o tamanho varia bastante de acordo com a altura do surfista.

As disputas do surfe serão realizadas no Taiti, a mais de 15 mil quilômetros de Paris | Foto: Pierre Tostee / WSL / CP

Como funciona a regra de prioridade para pegar a onda?

Este critério é definido ainda no início de cada bateria. O surfista que chegar primeiro no local onde as ondas se formam, chamado outside, ganha a prioridade e pode escolher as ondas que quer surfar. No entanto, se os dois atletas pegam a mesma onda ao mesmo tempo, a regra vai para aquele que retornar mais rápido para a zona de arrebentação, ou seja, o local em que as ondas se formam. Além disso, outros surfistas até podem remar em direção a onda, desde que não atrapalhe a performance do atleta que está com a prioridade.

Como são os trajes?

As roupas que os atletas usam no mar são chamadas de long John ou short John, variando de acordo com o comprimento nos braços e pernas. São feitas de neoprene, material que não interfere na mobilidade do atleta, além de proteger das baixas temperaturas da água. O surfe também tem um estilo fora das águas, o chamado surfwear. A forma como os surfistas se vestem e os itens utilizados por eles, como bermudas, camisetas, óculos e bonés, vão além do esporte e passaram a fazer parte do estilo de vida.

Qual o formato da competição?

A competição olímpica será dividida em seis etapas. A primeira rodada consiste em oito baterias com três surfistas cada. O campeão de cada bateria avança diretamente para a rodada 3, enquanto os outros dois restantes vão para segunda rodada. Nesta, haverá oito baterias de dois surfistas, com o vencedor avançando para a terceira rodada e o perdedor sendo eliminado. Na rodada 3, começa a disputa cabeça por cabeça, com eliminação única. Cada bateria contará com dois surfistas, em que o vencedor avança para a semifinal e, posteriormente, a final.

O Brasil fará parte das disputas?

Um dos maiores vencedores da modalidade em grandes competições, o Brasil marcará presença também no Taiti. Seis atletas irão para a disputa olímpica: Felipe Toledo, João Chianca, Gabriel Medina, Tatiana Weston, Tainá Hinckel e Luana Silva.

Quando acontecem as finais?

• Feminino - 30 de julho (23h15min)
• Masculino - 30 de julho (22h34min)