Dream Team, o maior time da história dos Jogos Olímpicos

Dream Team, o maior time da história dos Jogos Olímpicos

Equipe masculina de basquete dos EUA reuniu astros como Michael Jordan e Magic Johnson

Carlos Correa

Dream Team, time de basquete dos EUA em 1992

publicidade

FALTAM 4 DIAS PARA OS JOGOS OLÍMPICOS DE PARIS-2024

Pare por um instante e tente se lembrar dos melhores times que você já teve notícia. Não importa a modalidade. Sendo brasileiro, é provável que você pense imediatamente na Seleção Brasileira de 1970 ou de 1982 ou no Santos de Pelé. Talvez no Barcelona de alguns anos atrás, com Messi em campo e Guardiola na casamata ou outras equipes europeias lendárias, como o Real Madrid de Di Stefano e o Ajax de Cruyff. Se for para outras modalidades, talvez cite a McLaren dos anos 1990, com Ayrton Senna e Alain Prost ou o Chicago Bulls daquela década, que tomou de assalto a NBA. Os mais estudiosos lembrarão também do vôlei feminino de Cuba, que monopolizou os títulos na década de 1990 ou do Hóquei soviético que, entre 1980 e 1984, foi tricampeão mundial e acumulou 94 vitórias em 107 jogos. Todos foram equipes fora de série. Mas fato é que talvez nunca tenha existido um conjunto de jogadores que, como equipe, foram tão superiores aos adversários a ponto de se saber de antemão que a única dúvida sobre a disputa é sobre quem seria o segundo lugar. O título, esse já se sabia que seria da seleção de basquete dos Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de Barcelona-1992. Que, não por acaso, entrou para a história com a alcunha de Dream Team, o Time dos Sonhos. Com nomes como Micheal Jordan, Magic Johnson, Larry Bird e Scottie Pippen em quadra, de fato era um apelido que fazia sentido.

Até os Jogos de Seul-1988, a Federação Internacional de Basquete (Fiba) proibia a participação de atletas profissionais nos torneios olímpicos. Por muito tempo isso não chegou a ser um problema para os Estados Unidos, que foram campeões invictos a cada edição dos Jogos entre 1936 e 1968. Até que veio a derrota justamente para a rival União Soviética em 1972. A revanche quatro anos depois não aconteceu porque os soviéticos caíram nas semifinal. Depois, em 1980 e 1984 houve primeiro boicote do lado norte-americano, depois soviético. E quando enfim, o duelo poderia voltar a ocorrer, foram os Estados Unidos que perderam na semifinal de 1988, vendo os rivais subirem no lugar mais alto do pódio.

Michael Jordan e Magic Johnson uniram forças em Barcelona | Foto: Divulgação COI / CP

Logo, quando a Fiba votou pela liberação dos profissionais, a decisão veio a calhar, visto que o basquete jogado na liga norte-americana, a NBA, era a elite da elite, talvez em um dos seus momentos mais mágicos da história. O técnico Chuck Daly não perdeu a oportunidade e chamou o que tinha de melhor: Michael Jordan, Magic Johnson, Larry Bird, Clyde Drexler, Scottie Pippen, David Robinson, Patrick Ewing, Karl Malone, John Stockton, Charles Barkley e por aí vai. O ala pivô Christian Laettner era o único que não jogava na NBA - representou a universidade de Duke. Era também o único entre os 12 que não ganharia um lugar no Hall da Fama do basquete. Não precisa nem ser um profundo entendedor da modalidade para reconhecer a quantidade de craques à disposição, capitaneados por duas lendas como Jordan e Johnson. “Era como ter Elvis e os Beatles ao mesmo tempo”, celebrava o treinador.

Veio o Pré-Olímpico e com ele a primeira partida. Para azar de Cuba: 136 a 57, incríveis 79 pontos de vantagem. Os outros cinco jogos mantiveram a mesma toada, a menor vantagem foi de 38 pontos, contra Porto Rico. A expectativa não fora só alcançada, ela foi muito além. Os jogos eram oficiais, mas mais pareciam um espetáculo de exibição. E os Jogos Olímpicos eram o melhor palco possível não apenas para difundir o basquete como esporte como para os norte-americanos garantirem a sonhada imagem de inalcançáveis, ainda que os anos da Guerra Fria começassem a ruir pouco antes, com o fim da URSS.

Quando a competição começou, foi tudo aquilo que se esperava e mais um pouco: oito partidas, oito vitórias. A margem mais apertada foi na final, contra a Croácia, 32 pontos. A mais larga, na estreia, contra Angola: 68. O Brasil, diga-se de passagem, também esteve no caminho. E, claro, perdeu: 127 a 83. “Nós sabíamos que iríamos perder, mas tentamos fazer o máximo. Lembro que eu queria levar minha filmadora para o banco de reservas, você acredita? Ainda bem que me arrependi no último instante”, contou Oscar Schmidt, maior jogador da história do basquete brasileiro, ao portal Uol em 2012, quando se comemorou os 20 anos do Time dos Sonhos.

Outros times recheados de craques da NBA vieram nos anos seguintes. Todos venceram, à exceção de Atenas-2004, quando caíram nas semifinais para a Argentina, que viria a ser campeã. Este ano, mais uma vez os EUA terão quase que super herois na quadra: LeBron James, Stephen Curry, Kevin Durant e por aí vai. Um timaço. Mas ainda assim, nada que se compare ao Dream Team de 1992. “Em 1992, tinha todos os ídolos. É muito melhor do que esse time que está aí. Este time é forte, vai ganhar, mas 1992 era melhor”, como disse, há poucos dias, Oscar.

Michael Jordan até hoje é considerado o maior jogador de basquete de todos os tempos | Foto: Divulgação COI / CP

A campanha do Dream Team em 1992

Fase preliminar

  • EUA 116 x 48 Angola
  • EUA 103 x 70 Croácia
  • EUA 111 x 68 Alemanha
  • EUA 127 x 83 Brasil
  • EUA 122 x 81 Espanha

Quartas de final

  • EUA 115 x 77 Porto Rico

Semifinal

  • EUA 127 x 76 Lituânia

Final

  • EUA 117 x 85 Croácia


Mais Lidas



Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895