Paris mobiliza esquema de segurança sem precedentes para a Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos

Paris mobiliza esquema de segurança sem precedentes para a Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos

Preparação conta com dois mil agentes de segurança privada e mais 10 mil soldados

Victória Rodrigues

Forças de segurança preparam-se para evento no Rio Sena

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FALTA 1 DIA PARA OS JOGOS OLÍMPICOS DE PARIS-2024

Diante de mais de 300 mil telespectadores locais, além dos olhos atentos de toda a população mundial, Paris-2024 vai promover, pela primeira vez na história, uma Cerimônia de Abertura Olímpica a céu aberto. Barcos carregarão as delegações por um trajeto de seis quilômetros, passando por vários pontos turísticos da cidade-luz, feito inédito até então.

Apesar da promessa de novidade, apresentar o evento às margens do Rio Sena traz outras grandes preocupações para Paris, que vão além de ficar marcado na história olímpica.

Nunca antes foram mobilizadas na França tantas forças de segurança como vai acontecer no dia 26 de julho. Cerca de dois mil agentes de segurança privada e mil policiais municipais se juntarão à polícia e a guarda municipal local. Um contingente de 10 mil soldados também faz parte do dispositivo. Atiradores, localizados em pontos altos, serão espalhados pelos telhados de Paris ao longo do Sena para neutralizar qualquer pessoa armada que seja considerada um perigo para delegações, espectadores, convidados ou os chefes de Estado e de governo. Assim, também pela primeira vez unidades de elite da polícia e da guarda municipal trabalham em conjunto, coordenando a proteção de todo o percurso do rio, do espaço aéreo e das margens do Sena.

Circulação em determinadas áreas da capital francesa será restrita na sexta-feira | Foto: Loic VENANCE / AFP

O Grupo Nacional de Intervenção da Gendarmeria (GIGN) terá como missão principal a segurança das viagens dos líderes políticos e atletas nos veículos que os levarão até a zona portuária e também nos barcos que vão transportá-los pelo rio até o Trocadero, em frente à Torre Eiffel. Em um evento de magnitude tão grande como o início dos Jogos, o perímetro de proteção antiterrorista no centro de Paris, em vigor desde 18 de julho, será ainda mais rigoroso para a Cerimônia.

Nesta sexta-feira, segundo a chefe de polícia francesa, a partir das 13h local (8h pelo horário de Brasília), nenhum tráfego automobilístico será tolerado, com exceção das forças de segurança e emergências. A partir das 15h30min local (10h30min de Brasília), ou seja, quatro horas antes do início do evento, os espectadores com ingressos poderão acessar uma das quinze áreas para acompanhar o evento em pé ou seus próprios assentos nas arquibancadas. Porém, antes disso, deverão passar por um processo de pré-checagem em que seus ingressos serão verificados pela polícia, antes de passarem para a inspeção de bolsas e revista de segurança.

O esquema de segurança francês também vai se estender para o céu. O tráfego de dois aeroportos de Paris será interrompido, assim como o de outro aeroporto secundário localizado em uma região vizinha da cidade. O primeiro-ministro do país, Gabriel Attal, indicou nesta semana que em média seis drones foram interceptados diariamente nos últimos dez dias perto das instalações olímpicas. Além disso, mergulhadores também estarão à disposição para intervir caso aconteça qualquer tipo de ameaça ao longo do percurso das delegações. Desde sábado, a circulação no rio Sena está totalmente fechada por três barreiras para evitar qualquer intruso indesejado.

A preocupação francesa pode ser considerada excessiva, mas é apoiada pela prisão de um homem, no final de maio, acusado de planejar um atentado terrorista nos Jogos Olímpicos. A ideia inicial era promover um ataque no estádio de futebol da cidade. Ainda, faltando pouco menos de dois dias para o início oficial do torneio, um homem russo também foi detido acusado de planejar desestabilizar a Olimpíada de Paris. De acordo com as autoridades locais, a casa do suspeito tinha provas de ameaças contra a segurança nacional. Ou seja, todo o cuidado é pouco para que a Cidade-Luz não entre para a história traumática dos atentados olímpicos.

Prisão de suspeitos de terrorismo nas últimas semanas deixa a cidade em estado de alerta | Foto: EMMANUEL DUNAND / AFP


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