Após 5 vitórias e liderança nas Eliminatórias, "Titemania" toma conta do Brasil
Treinador foi ovacionado pela torcida em Belo Horizonte
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Na sexta-feira, foi um dos mais celebrados pela torcida que ficou de plantão na porta do hotel da seleção, na capital mineira. Tirou muitas fotos e ouviu que é "o melhor treinador do Brasil" mais de uma vez.
Essa "Titemania", como muitos vem definindo o momento pelo qual passa a seleção e seu treinador, é reflexo da recuperação de um time que estava desacreditado. Em dois anos, teve 7 a 1 em uma Copa do Mundo em casa, teve eliminação precoce em duas Copas
Américas seguidas e teve o Brasil figurando fora da zona de classificação para um Mundial, algo que seria inédito na história do futebol. Sem vitórias, sem empatia e com a CBF envolvida em polêmicas a todo momento, a seleção via a sua torcida se
afastar.
Bastaram cinco vitórias seguidas e algumas apresentações de alto nível para o entusiasmo do torcedor reaparecer. E é para Tite que grassa a maior parte dos agradecimentos. Zagueiro da seleção nas Copas de 1986 e 1990, Mauro Galvão é direto. "Acho que o Tite demorou a assumir a seleção, em uma daquelas coisas que só acontecem por aqui. O melhor treinador do Brasil precisa treinar a seleção", comentou.
"O que era diferente era o que acontecia antes, com jogos abaixo do nível, o Brasil tomando sete, atuações ruins, jogo confuso, jogadores sendo chamados que a gente não entendia como. Eram várias situações muito estranhas", avaliou Mauro Galvão. "Hoje dá gosto de ver o Brasil".
Tricampeão mundial com a seleção de 1970, Clodoaldo analisa da mesma forma. "Além da questão técnica, se percebe que a seleção melhorou muito na questão emocional", disse o ex-volante. "Antes das vitórias era um time que o torcedor brasileiro nem acreditava. Hoje é diferente. O próprio emocional nosso, do torcedor, está diferente".
Clodoaldo considera que Tite tem papel fundamental nessa nova fase. "A torcida já cobrava desde a época do Dunga. Eu trabalhei lá um período (foi auxiliar técnico pontual da seleção em maio de 2015) e até comentei com o Gilmar Rinaldi (ex-coordenador-técnico) que a gente precisava de uma seleção mais com cara de Brasil. Isso está acontecendo agora. O torcedor está entusiasmado, acreditando muito no trabalho do treinador e na capacidade do grupo".
Meia da seleção na Copa de 1974, Ademir da Guia resume o sucesso de Tite perante o público. "Torcedor conhece futebol. Não dá para enganar. Se a equipe está bem, a torcida vai apoiar e ter confiança", ponderou. "O Tite foi a melhor escolha e ele está provando que merece. Isso é o que o mais importa".