Eliminatórias sul-americanas para Copa de 2022 começam em meio a cenário atípico

Eliminatórias sul-americanas para Copa de 2022 começam em meio a cenário atípico

Nesta quinta-feira, três jogos abrem a competição

AFP

Eliminatórias começam nesta quinta-feira

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Sob os efeitos de fortes medidas de combate à pandemia de Covid-19, que atingiu vários jogadores e com clubes resistentes a ceder seus craques para evitar quarentenas extensas, as seleções sul-americanas começam nesta quinta-feira (8) um longo caminho nas Eliminatórias em busca de uma vaga na Copa do Mundo de 2022.

De volta ao lar 

Lionel Messi, seis vezes vencedor do prêmio Bola de Ouro, concedido ao melhor jogador do mundo na temporada, agora sorri onde costumava ter problemas. 

O Barcelona não é mais o seu time dos sonhos, enquanto a seleção argentina, seu pesadelo anterior, é agora o lugar onde ele aparentemente quer estar. 

Não é pouca coisa para esta equipe, que desde que o inexperiente Lionel Scaloni assumiu o cargo de técnico parece estar encontrando o caminho para tentar enterrar uma sequência negativa de 27 anos sem conquistar títulos. 

A caminho de sua quinta Copa do Mundo, Messi, de 33 anos, tem uma obsessão, mas lhe resta pouco tempo: conquistar um título relevante com a Argentina, após quatro finais perdidas (Copa América 2007, 2015 e 2016 e Copa do Mundo 2014).

A seleção argentina inicia seu caminho em busca de uma vaga no Mundial do Catar nesta quinta-feira em um estádio La Bombonera sem público diante de um Equador que é sempre um mistério, embora seu novo técnico, o argentino Gustavo Alfaro, conheça bem o rival. 

“Vamos buscar o jogo, vamos jogar da forma que temos feito. Vamos tomar cuidado para impedir os avanços do adversário e vamos jogar conforme as condições que encontrarmos no momento”, declarou Scaloni. 

O treinador do Equador acrescentou que a Argentina "joga sempre da mesma forma, seja quem for a equipe que estiver à sua frente". 

Para este encontro, os donos da casa deixam de lado figuras históricas como Angel Di María (PSG) e Gonzalo Higuaín (Inter Miami) e optam por estrelas emergentes que se destacam na Europa, como Lautaro Martínez (Inter de Milão), Lucas Ocampos (Sevilla) e Paulo Dybala (Juventus), considerados até pouco tempo como suplentes.

Clássico de alta voltagem

Já se tornando um clássico regional após protagonizar jogos de alta tensão nos últimos anos, o Uruguai recebe o Chile no Estádio Centenário, em Montevidéu, com realidades diferentes. 

Os uruguaios iniciaram um processo de renovação com o surgimento de jovens de alto nível que se destacam em clubes poderosos na Europa, como os meias Rodrigo Bentancur (Juventus) e Federico Valverde (Real Madrid). 

"Não vamos esconder que temos desfalques de jogadores que são referências ... mas temos muitos novos companheiros que vêm com o frescor, a vontade e o entusiasmo de fazer bem as coisas", afirmou o capitão Diego Godín à imprensa na quarta-feira. 

É essa nova geração que é colocada à prova para assumir o posto que será deixado em breve por Suárez, agora no Atlético de Madrid após uma saída traumática do Barcelona, assim como Edinson Cavani (Manchester United), ambos com 33 anos, e Godín (34), agora no Cagliari após uma temporada no Inter de Milão. 

Cavani foi contratado no início desta semana pelo Manchester United, mas não faz parte do grupo convocado que entrará em campo nesta rodada dupla de abertura das Eliminatórias por estar sem jogar desde março, quando disputou sua última partida pelo PSG. 

Por outro lado, é difícil para o Chile encontrar substitutos para a sua bem-sucedida 'Geração de Ouro', que conquistou títulos pela primeira vez em sua história, a Copa América de 2015 e 2016. 

Os dois maiores expoentes dessa turma vitoriosa, Vidal e Alexis Sánchez, agora estão juntos na Inter de Milão, após a conturbada a saída de 'Rei Arturo' do Barça.

Um tigre à solta em Assunção

O Peru é uma das seleções sul-americanas que mais evoluiu nos últimos anos. Sob comando do técnico argentino Ricardo 'el Tigre' Gareca, a seleção peruana se classificou para o Mundial da Rússia em 2018 após 36 anos sem ir a uma Copa do Mundo e foi vice-campeã na Copa América disputada em 2019, vencida pelo Brasil, país anfitrião. 

Mas o início da eliminatória não será fácil para essa equipe. Assunção é sempre um lugar difícil para os visitantes e ao mesmo tempo o Peru não terá em campo seu craque Paolo Guerrero, por lesão, e Alexander Callens, Edinson Flores e Yordy Reyna, jogadores que atuam nos Estados Unidos e que não foram liberados por seus clubes por conta da pandemia da Covid-19. 

O técnico da seleção paraguaia, o também argentino Eduardo Berizzo, estreia na função após ter sido auxiliar de Marcelo Bielsa na seleção chilena. O objetivo é levar a equipe à próxima Copa do Mundo, algo que não acontece desde o Mundial da África do Sul em 2010. 

A primeira rodada das Eliminatórias sul-americanas continua na sexta-feira com os duelos entre Brasil e Bolívia, em São Paulo, onde a grande incógnita é se Neymar estará em campo recuperado de dores lombares, e Colômbia e Venezuela, em Barranquilla. 

A seletiva regional concede quatro vagas diretas para o torneio no Catar em 2022 e ao quinto colocado a possibilidade de um playoff com um representante de outro continente.

Covid-19 e a reação dos clubes

Além do Peru, outras seleções como Colômbia e Venezuela sofrem por não poderem contar com alguns jogadores que não foram liberados por seus clubes alegando riscos da pandemia na região. Na seleção venezuelana, o principal ausente é Salomón Rondón (Dalian Pro, da China), enquanto o goleiro David Ospina (Napoli) desfalca a equipe colombiana. 

Outras baixas foram provocadas por diagnósticos positivos do coronavírus entre vários convocados, o que pode dificultar o início de uma longa caminhada com 18 rodadas que termina em março de 2022.


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