"Títulos estavam fora das minhas previsões", diz Federer

Poucos arriscariam a prever que a sensação do tênis em 2017 seria um veterano de quase 36 anos. Pois Roger Federer se reinventou, está jogando em nível comparável ao do seu auge e voltou a ganhar títulos importantes, surpreendendo o mundo do tênis - inclusive a si próprio, como admitiu em entrevista, ontem. “Ganhar o Aberto da Austrália (em janeiro) e Indian Wells não estava nas minhas previsões”, confessou o suíço, após o troféu no torneio californiano, o primeiro de nível Masters 1000 da temporada.

“Eu tinha a ambição de estar na oitava colocação do ranking após Wimbledon, então posso dizer que estou adiantado”, comentou o suíço, que saltou da décima para a sexta posição. Detalhe: ele começou o ano em 17º.

Com uma lesão em um dos joelhos, Federer se afastou do circuito por todo o segundo semestre de 2016. Perdeu até de competir nos Jogos Olímpicos, que eram uma de suas prioridades. Em janeiro, como azarão, voltou a vencer um Grand Slam após cinco anos. Dois meses após o sucesso na final do Aberto da Austrália diante de Rafael Nadal, Federer voltou a eliminar seu rival espanhol em Indian Wells, nas oitavas de final, antes de vencer outro jogador mais bem ranqueado, Stan Wawrinka (3), na decisão.

“A maneira como Federer está jogando é formidável”, reconheceu Wawrinka. “Tudo parece perfeito. Ele está se mexendo muito bem, com um toque incrível na bola, fazendo tudo que se pode fazer em uma quadra de tênis”, elogiou o compatriota.

Federer chegou ao seu 90º título na carreira. “Vou traçar um plano para o resto da temporada, em particular no saibro, após o torneio de Miami. É evidente que, após um início tão bom, minhas ambições evoluíram”, revelou o agora cinco vezes campeão de Indian Wells. “É claro que eu adoraria ser número 1 do mundo novamente, mas isso não é uma prioridade para mim neste momento”, concluiu.