Wimbledon chega ao fim de semana decisivo de sua 140ª edição

Wimbledon chega ao fim de semana decisivo de sua 140ª edição

Semifinais do torneio de tênis serão disputadas neste fim de semana

Amauri Knevitz Jr.

Quadra central comporta 14.979 dos mais fanáticos amantes de tênis do mundo

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Completando 140 anos, o torneio de Wimbledon, que tem suas finais disputadas neste fim de semana, é o mais antigo do tênis e um dos pioneiros ainda ativos entre todos os esportes. Um dos quatro integrantes do Grand Slam, Wimbledon tem características que o tornam absolutamente singular. Nem todos estes aspectos são visíveis pela TV. Tendo como principal trunfo a incomparável tradição de quase um século e meio, a organização do torneio faz questão de alimentar a mística em torno da competição. Seu maior desafio é modernizar a estrutura de um evento internacional sem comprometer a experiência de “tênis em um jardim inglês”, como eles gostam de definir.

A luta por ingressos

Garantir um lugar nas arquibancadas diante da sagrada grama inglesa, aparada meticulosamente a exatos 8 mm de altura, não é uma tarefa fácil. A concorrência é enorme. Para quem não pode comprar os ingressos de temporada, com valores extravagantes válidos para quase todo o torneio, é possível comprar de diferentes formas pela internet. Na maioria delas, porém, os bilhetes se esgotam em questão de minutos a cada dia, por volta das 9h. Ou então, resta encarar A Fila, denominada assim mesmo, com letra maiúscula, como mais uma tradição oficial de Wimbledon. Nela, milhares de fãs de tênis acampam em barracas, guardando lugar para a distribuição de ingressos na manhã seguinte.

O jogo na colina

Para aqueles que não dispõem de um assento na Quadra Central, obviamente a mais concorrida todos o dias, é costume aproveitar o telão de 40 metros quadrados instalado em frente à Henman Hill, colina que homenageia o ex-tenista britânico Tim Henman — um movimento tenta mudar o nome para Murray Mount, em referência a Andy Murray, que já conquistou muito mais que seu antecessor. Durante os principais jogos, o barranco fica lotado de torcedores eufóricos. Outra opção para fãs menos afortunados é esperar do lado de fora do complexo por pessoas que deixam o local mais cedo e doam seus ingressos para o restante do dia, em vez de jogá-los fora — apenas nas rodadas iniciais, é claro.

Luxo no Royal Box

Os súditos que conseguem entrar na quadra mais famosa do mundo podem ter ainda a chance de ver seus príncipes, princesas e até a Rainha da Inglaterra. Somente lá poderia haver um setor chamado “Royal Box”, algo como o Camarote Real. Símbolo nacional, o torneio de Wimbledon é frequentado também pela aristocracia do país, inclusive a Família Real. Este ano, até a última quinta-feira nenhum integrante havia aparecido ainda, mas no primeiro título de Andy Murray, em 2013, por exemplo, era grande a vibração do príncipe William e de Kate Middleton. Muitas outras celebridades, artistas e autoridades internacionais se revezam no Royal Box, como o ex-primeiro-ministro inglês David Cameron.

Morangos com creme

Ao todo, 493.928 mil pessoas compareceram às duas semanas de jogos em 2016. A capacidade de público no All England Lawn Tennis Club é de 39 mil espectadores, sendo 15 mil na Quadra Central. A operação para alimentar essa multidão de quase meio milhão de seres humanos é a maior de toda a Europa, segundo a organização do torneio, com mais de 2 mil funcionários envolvidos. São consumidos a cada ano 16 mil porções de “fish and chips”, o prato típico inglês com peixe e fritas, e 330 mil taças de chá e café, por exemplo, além de um total de 28 mil quilos de morangos. Esta é mais uma tradição de Wimbledon, o consumo de morangos com creme — 11,5 mil quilos dele.

Rufus, o Falcão

Antes de os portões serem abertos para os fãs de Roger Federer e Venus Williams, o astro que domina as quadras é Rufus. O falcão se tornou mais uma marca de Wimbledon. Todas as manhãs, ele sobrevoa o complexo para manter afastados os pombos. Durante o resto do dia, atende a centenas de pedidos de fotos.

Discrição acima de tudo

A experiência de ir a Wimbledon é muito diferente de frequentar, digamos, o US Open, um torneio de porte parecido, porém dado a pirotecnias tipicamente americanas. Em SW19 (a localização postal de Wimbledon), a alma inglesa está impregnada em cada detalhe. A preocupação estética domina cada decisão. A discrição e a preservação da tradição são metas inegociáveis. A regra que obriga os jogadores a vestir apenas branco é só um aspecto desta tendência. Cinquenta mil plantas roxas e verdes são milimetricamente posicionadas para dar o tom do logo — são as únicas três cores possíveis no complexo, talvez com exceção das calças cáqui dos árbitros e outros tons pastéis.

Todos os equipamentos eletrônicos são cobertos com uma canopla verde simulando grama. Repetidores de sinal de internet são ocultos no chão, sob grama falsa. Todos os patrocinadores, que pagam quantias milionárias, aceitam expor suas marcas apenas em locais “contextualizados”. Ou seja, você só vai ver a grife de relógios Rolex no marcador de placar e tempo. A água mineral Evian tem seu logo estampado apenas no cooler do qual os atletas pegam seus líquidos. As empresas concordam que a marca principal, merecedora de todo o destaque, é a de Wimbledon. Não à toa o torneio se autointitula simplesmente “The Championships”, “O Campeonato”, como se não houvesse outro no mundo. Como o deles, realmente, não há.

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