O mundo do “novo normal”

O mundo do “novo normal”

O pós-pandemia do novo coronavírus promete uma realidade bastante distinta daquela que nos acostumamos

Correio do Povo

O hábito de utilizar máscara na rua passou a ser corriqueiro a partir da disseminação da Covid-19

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Quando os brasileiros comemoravam a virada do Ano Novo jamais poderiam imaginar que, pouco mais de dois meses depois, estariam vivenciando o início a uma das maiores crises da história recente do país e da humanidade. Mais de 120 dias depois da Organização Mundial da Saúde (OMS) decretar, em 11 de março, a existência da pandemia global do Covid-19, o Rio Grande do Sul contabiliza um colapso no seu sistema de saúde, mais de 255 mil pedidos de seguro desemprego, escolas e universidades públicas e privadas fechadas ou operando apenas com aulas práticas e economia em processo de deterioração. Mas seria o final dos tempos?

E o que seria esse “novo normal” que todos comentam? Para o publicitário João Satt é uma nova atitude por parte das marcas, onde não há mais porta nem fronteira. Ele utiliza como referência a frase de Jeff Bezos, CEO da Amazon e uma fortuna de quase R$ 1 trilhão. “Se você for focado nos seus rivais (concorrentes), terá que esperar até que façam algo especial para copiar. Se for focado nos seus clientes (pessoas) permitirá que você seja pioneiro”, afirma. “Entramos na era do consumo digital, do conforto e da digitalização. Estamos numa Nova Era, apaixonados pela convivência digital, mesmo que estejamos com mais medo e mais reflexivos”, completa Satt, que conduziu a pesquisa “Medo X Desejo” depois de 100 dias de distanciamento social, abre e fecha de shopping, lojas de rua, indústrias e outras atividades econômicas.

O estudo envolveu pessoas economicamente ativas (entre 19 a 65 anos). Na primeira fase da pesquisa, em abril de 2020, 53,8% dos entrevistados se sentiam seguros a frequentar shopping, lojas, rodoviárias, aeroportos e restaurantes, percentual que virou para 85,2% de inseguros em junho. Os dados do levantamento revelam que 72,5% vão demorar 30 dias ou mais para frequentar seus locais prediletos no mesmo ritmo que antes. Esses consumidores apontaram, em junho, que alimentos são os produtos que mais tem consumido, seguidos de deliverys (43,5%), streaming e entretenimento (40,2%), bebidas alcoólicas (37%) e saúde (27,7% principalmente ligado ao segmento de farmácias).  Entre os estímulos para a volta às compras estão comportamentos até então pouco comuns em respostas de pesquisas: preço baixo (65%) e frete grátis (18,5%). Para Satt, as pessoas terão novos hábitos, novos comportamentos, novos interesses. “As marcas deverão entender que a vida é feita de ciclos e que o novo normal é definitivo”, comenta.



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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895