Airbnb vira um dos principais patrocinadores do COI até 2028

Airbnb vira um dos principais patrocinadores do COI até 2028

Empresa busca melhorar imagem após série de controvérsias

AFP

Airbnb anunciou hoje em Londres que será um dos principais patrocinadores do COI até 2028

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O grupo Airbnb anunciou nesta segunda-feira em Londres que será um dos principais patrocinadores do Comitê Olímpico Internacional (COI) até 2028, com o objetivo de melhorar sua imagem após várias polêmicas. O patrocínio, anunciado pelo cofundador da plataforma Joe Gebbia, incidirá no alojamento de visitantes e famílias de atletas durante as diferentes edições olímpicas.

O Airbnb, que busca entrada na Bolsa em 2020, entra assim no seleto grupo de grandes empresas que integram o programa "Top" do COI, entre elas a americana Coca Cola e a chinesa Alibaba. Após o Airbnb, cujo acordo com o COI é estimado em centenas de milhões de euros, a seguradora alemã Allianz também entrará no grupo de patrocinadores a partir de 2021. O acordo com o Airbnb cobrirá cinco edições olímpicas: Tóquio-2020, Paris-2024 e Los Angeles-2024, além dos Jogos de Inverno de Pequim-2022 e Milan-Cortina-2026, informou o COI em comunicado.

Herança para a comunidade anfitriã

"Este patrocínio inovador reforça nossa estratégia, que é garantir que a organização eficiente dos Jogos seja duradoura e deixe uma herança na comunidade anfitriã", explicou Thomas Bach, presidente do COI. "Com o apoio do Airbnb, oferecemos também novas possibilidades aos atletas de todo o mundo de gerar suas próprias receitas promovendo a atividade física e dos valores olímpicos", completou.

Para a empresa americana trata-se de uma aposta de marketing maior, que deve permiti-la acompanhar seu desenvolvimento e oferecer uma imagem positiva, após várias controvérsias. "A missão do Airbnb é criar um mundo onde todos os cidadãos podem sentir-se em casa em qualquer lugar, estamos orgulhosos de ver o espirito olímpico sendo difundido no seio de nossa comunidade", declarou Gebbia. 

Com sede em São Francisco, a Airbnb, símbolo da economia colaborativa, como o Uber, cresceu pouco depois da crise econômica mundial de 2007. Popular entre milhões de turistas, a plataforma funciona como um intermediário no aluguel de residências entre pessoas físicas, oferecendo os alojamentos por meio da internet e de seu aplicativo. Com preços mais atrativos, o Airbnb é acusado de prejudicar o mercado por muitos profissionais da hotelaria, que pedem às autoridades um maior controle das atividades da empresa.

Polêmicas em Paris

Várias dessas polêmicas aconteceram em Paris, onde os Jogos Olímpicos desembarcarão em 2024. Em fevereiro, a prefeitura da capital francesa processou a plataforma, que corre o risco de pagar multa de 12,5 milhões de euros por ter divulgado em seu site cerca de 1 mil alojamentos não registrados.

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, em plena campanha pela reeleição, escreveu uma carta a Bach para "alertá-lo dos riscos e consequências" de sua aliança com o Airbnb, prometendo "total determinação" para "reforçar as regras que regulam as plataformas de alojamento e, se for o caso, proibi-las" em certos lugares da cidade.

A aliança com o COI foi anunciada alguns dias depois da decisão do Airbnb de verificar a exatidão das informações referentes à totalidade dos 7 milhões de alojamentos oferecidos em seu site (em 100 mil cidades de 191 países) até final de 2020, com o objetivo de tranquilizar seus clientes após vários incidentes, entre eles um tiroteio que provocou cinco mortes na Califórnia.

Nos últimos anos, o Airbnb buscou diversificar seus serviços, oferecendo também reservas em restaurantes e colocando à disposição dos usuários as "experiências", nas quais terceiros podem oferecer atividades pagas como visitas turísticas, cursos de língua ou de cozinha.


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