A OpenAI suspendeu a criação de vídeos do ícone dos direitos civis americano Martin Luther King Jr. através de sua ferramenta de inteligência artificial, Sora 2. A decisão veio após reclamações da família de King sobre representações desrespeitosas. Em um comunicado conjunto na noite dessa quinta-feira, os herdeiros do líder assassinado e a OpenAI anunciaram que a empresa pausará as gerações que o representam enquanto "fortalece as medidas de segurança para figuras históricas". A suspensão foi motivada por conteúdos degradantes gerados por alguns usuários, incluindo vídeos que mostravam King fazendo sons de macaco durante seu discurso "Eu Tenho um Sonho".
A decisão da OpenAI ocorre em meio à crescente indignação de famílias de celebridades e líderes falecidos. Desde o lançamento do Sora 2, vídeos reanimando figuras como Malcolm X, Michael Jackson, Elvis Presley e Amy Winehouse têm inundado as redes sociais, o que gerou forte controvérsia. Ilyasah Shabazz, filha de Malcolm X, classificou como "profundamente desrespeitoso" o uso da imagem de seu pai em vídeos grosseiros. De forma similar, Zelda Williams, filha do ator Robin Williams, implorou às pessoas que parassem de lhe enviar vídeos de IA de seu pai, descrevendo o conteúdo como "enlouquecedor".
A OpenAI inicialmente havia isentado as "figuras históricas" dos requisitos de consentimento ao lançar o Sora 2 no mês passado. No entanto, o comunicado conjunto com a família King indicou uma mudança de postura. A empresa reconheceu que, apesar dos interesses na liberdade de expressão, "figuras públicas e suas famílias deveriam ter controle sobre como sua imagem é utilizada". Como resultado, a OpenAI anunciou que representantes autorizados ou proprietários do patrimônio agora podem solicitar que suas imagens não sejam utilizadas em vídeos gerados por IA no Sora. A empresa agradeceu a Bernice King e outros conselheiros por levantarem a questão.