"Idade certa na série certa" é desafio da educação do Rio Grande do Sul

"Idade certa na série certa" é desafio da educação do Rio Grande do Sul

No ensino fundamental, a cada 100 alunos, quase 20 estavam dois ou mais anos atrasados

Mauren Xavier

Estudo sobre a realidade da educação no Rio Grande do Sul foi apresentado nessa sexta-feira

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Um dos grandes desafios da educação pública do Rio Grande do Sul é ter alunos em sala de aula com idade correspondente a série escolar. Na prática, é corrigir as distorções da idade do estudante de acordo com a série que ele frequenta. Segundo levantamento do Departamento de Economia e Estatística (DEE), da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), de cada 100 alunos do ensino fundamental da rede estadual, 24,4 crianças estavam, no ano passado, com dois ou mais anos atrasados em relação ao esperado. 

Esse dado impacta diretamente no resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). A pesquisa mostra que a distorção da idade-série é sempre maior nos anos finais do ensino fundamental. Por exemplo, em 2018, o Rio Grande do Sul apresentou resultado pior do que a média brasileira. A cada 100 alunos gaúchos do Ensino Fundamental, 19,9 estavam dois ou mais anos atrasados em relação ao esperado, número que sobe para 24,4% se considerado apenas o universo da rede estadual.

O próximo levantamento do Ideb ocorrerá no final deste ano. Os indicadores apurados a partir do Censo Escolar e das avaliações obtidas pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e pela Prova Brasil mostram que o RS não alcançou, em 2017, suas metas nas séries iniciais do Ensino Fundamental. 

Quando foca-se no grupo dos estudantes do ensino médio, a a taxa no país em 2018 foi de 28,2% e, no RS, chegou a 34,7%. Isso significa que, de cada cem estudantes do Ensino Médio gaúcho, mais de um terço está com atraso de dois ou mais anos. Inclusive, em relação ao abandono dos alunos do ensino médio, o secretário estadual de Educação, Faisal Karam, ressalta como um dos problemas a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), porque permite que os estudantes, através dessa prova possam concluir o ensino médio. “Temos situações em que alunos abandonam os estudos e pensam que não precisam voltar, apenas passar no Enem”. 

Para reduzir a evasão escolar, o secretário ressaltou que estão em desenvolvimento ações, como por exemplo, no reforço dos aspectos pedagógicos, no sentido de tornar o ensino mais atrativo, e melhorar o monitoramento da frequência escolar. Nesse sentido, o governo quer implementar até o final de 2020 um processo de chamada eletrônica, em que o controle será maior.  “Esta medida, mais o reforço pedagógico, a qualificação do professor em utilizar as novas tecnologias e ações para tornar o Ensino Médio mais atrativo aos jovens, deverão colocar a educação do Estado em outro patamar nas próximas avaliações”, acredita ele. 

Educação Infantil

Ao mesmo tempo, alguns dados podem ser celebrados, como é o caso do aumento das vagas na educação infantil. De 2015 ao ano passado houve elevação de 19% nas vagas da pré-escola e 16% nas creches. Na rede municipal, passou de 58% para 62%. Ao mesmo tempo, a rede privada registrou recuou de 42% para 38%. Porém, para que o Estado atinja a meta estabelecida nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 4), até 2030, é necessário que os quase 12% de crianças de cinco anos que não frequentavam a escola em 2016 tenham acesso a esse serviço em 2030. 

As constatações integram o levantamento realizado pelos pesquisadores do Departamento de Economia e Estatística (DEE), da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), e apresentado na manhã dessa sexta-feira. O documento buscou analisar os desafios do Estado para atender, até 2030, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 4), o qual o país se comprometeu junto à Organizações das Nações Unidas (ONU). 




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