Ministro da Educação afirma que "não vai fazer nada" pelo Fies

Ministro da Educação afirma que "não vai fazer nada" pelo Fies

Abraham Weintraub também voltou a atacar universidades federais e professores dessas instituições

R7 e Agência Brasil

Weintraub afirmou que Fies foi "um crime do ponto de vista financeiro"

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"O que o governo vai fazer por vocês? Nada, o governo não vai fazer nada. Vocês têm de se virar." Esse foi o início do discurso do ministro da Educação, Abraham Weintraub, na manhã desta quinta-feira, durante a abertura do Fórum Nacional do Ensino Superior conforme informa o jornal O Estado de S. Paulo.

Ainda, segundo o jornal, a resposta foi dada ao presidente do Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo), que questionou a política do governo para recuperar o Fies (Financiamento Estudantil).

Durante o evento, segundo informa o jornal, o ministro afirmou que "o Fies foi um crime do ponto de vista financeiro. Metade dos alunos financiados está inadimplente, é uma bomba que vai ter de ser desatada. Muitos de vocês aqui estão com esse problema nas mãos."

Em seu pronunciamento, que durou cerca de 20 minutos, Weintraub também voltou a atacar as universidades federais, os professores dessas instituições e a nova proposta que está sendo debatida para o Fundeb (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica).

Ele também defendeu o Future-se, programa de financiamento privado para universidades federais.

Ensino superior autorregulado

Weintraub convocou os dirigentes do ensino superior, a se organizarem para autorregular o setor. "A oportunidade é gigantesca, vocês estão diante de um governo liberal, que vai dar liberdade para vocês e vai cobrar responsabilidade das suas ações", disse.

Ao detalhar a proposta, o ministro usou como exemplo o mercado de capitais, que tem regulação da BSM, órgão da bolsa de valores que supervisiona autonomamente o setor, complementando a atuação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

"Autorregulação é quando você respeita os indivíduos e as instituições legítimas se organizam coletivamente e tomam as suas próprias decisões, punindo, em um primeiro momento, ações que não estão alinhadas, e até expulsando indivíduos. Você mantém, nessa primeira etapa, a autorregulação, e na supervisão do Estado, uma mão mais pesada para bater", disse Weintraub.

Os termos exatos, no entanto, vão depender, de acordo com o ministro, de uma negociação das universidades privadas com o setor público. "Eles têm que se organizar e apresentar uma proposta. Com base nessa proposta, a gente vai dar mais ou menos liberdade", disse.

Weintraub adiantou que nos temas mais delicados deve haver mais controle do governo, enquanto nas situações menos sensíveis o setor terá mais margem para determinar as próprias regras. "[Curso de] Medicina, eu acho que tem que ter menos liberdade porque é uma coisa nevrálgica. Um curso que é ligado a uma coisa mais etérea poderia ter um pouco mais de liberdade", acrescentou.




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