Feirantes avaliam como positiva a 242ª edição da Feira do Peixe de Porto Alegre

Feirantes avaliam como positiva a 242ª edição da Feira do Peixe de Porto Alegre

Evento teve fim na tarde desta sexta-feira

Felipe Nabinger

publicidade

A 242ª Feira do Peixe de Porto Alegre encerrou no começo da tarde desta sexta-feira. Embora ainda sem o balanço do total de vendas, a expectativa é que a feira ficasse pelo menos próxima ao que se vendia antes do início da pandemia de Covid-19, chegando próximo às 300 toneladas de pescado. “Foi muito boa a feira. Tivemos boas vendas e a avaliação foi excelente. Em relação ao total de vendas, ainda faremos o levantamento, mas acredito que tenha chegado perto do que era antes da pandemia”, afirma o presidente da Colônia de Pescadores Z5, Gilmar da Silva Coelho.

A entidade é responsável pela organização do evento junto da Associação dos Pescadores e Piscicultores do Extremo Sul (Appesul). “Para uma primeira feira pós-restrições da pandemia foi muito bom”, corrobora a tesoureira da Appesul, Roberta Superti. No último dia, a maior procura, conforme Roberta, foi pelos filés, por serem mais práticos para o preparo por quem deixou a compra para a última hora.

Além disso, é necessário que os feirantes façam promoções para que aumentem as vendas na reta final da feira. Na banca da associação, o preço do quilo do filé congelado baixou de R$ 40 para R$ 35 e a tainha, que custava R$ 20 o quilo foi para R$ 18. O vendedor Marcos Rodrigues da Silva, 47, foi uma dessas pessoas. “Trabalhamos direto e aproveitamos o feriado para fazer as compras. Tem criança em casa, então viemos buscar um filé de peixe-anjo, que não tem espinha”, disse. “Hoje ele que vai para a cozinha. Mas ele sempre ajuda, é bem parceiro e o peixe dele tem o tempero aprovado”, garante a esposa, a manicure Ana Carla Rodrigues da Silva, 34, fato confirmado pela filha do casal, Libilin,12.

Embora com a liberação do uso das máscaras, a família mantinha o uso do equipamento de proteção. “É muito importante e tem que continuar se cuidando. Esse problema ainda não acabou. Precisamos voltar à rotina, mas manter o cuidado sempre”, analisa Marcos. Fabrício Luckmann, 41, que aguardava para comprar a tradicional tainha assada na Taquara, era outro cliente da feira usando o apetrecho, assim com o cunhado, que o acompanhava. “Acho importante manter pela aglomeração que imaginamos que teria, por cautela. Vejo que a maioria está sem, mas é uma opção pessoal, para nos preservar e preservar ao outro”, disse.

Aproximadamente um terço dos visitantes usava máscara. Há dois anos não havia a oferta de alimentos prontos, visto que em 2020 não houve a feira do peixe e ano passado existiam restrições por conta da pandemia. “Costumo pegar a tainha com certa frequência, quase todos os anos. Só na pandemia não foi possível. O tempero aqui é diferenciado e viemos cedo para evitar filas”, frisou Luckmann. 

A representante da Appesul entende que o público poderia ser maior, mas que ainda há o receio por parte das pessoas. “Houve muita gente que ouvi dizer que não queria entrar para não aglomerar, comprando do lado de fora. Há dois públicos, o que gosta e estava sentindo falta do contato, e o que fica mais receoso”, analisa a tesoureira Roberta Superti. “É a nova realidade. Há pessoas que evitam vir ao centro e ainda não se sente totalmente seguro, outros que seguem com a máscara apesar de não haver obrigatoriedade”, analisa o presidente da Colônia Z5, Gilmar da Silva Coelho. 

Medidas para evitar aglomerações

Ele afirma que foram todas medidas para facilitar o fluxo de clientes, buscando evitar aglomerações. “Fizemos tudo dentro dos protocolos, com algumas mudanças como deixar os corredores abertos e livres. Antes fechávamos o final do corredor principal, deixando apenas os laterais”, explica. Gilmar lembrou da importância da vacina. “Recomendo a todos que tomem quantas doses foram necessárias. Tenho muitos amigos, inclusive pescadores, que faleceram devido aquela primeira onda da Covid-19”, lembra.

A prefeitura, apoiadora institucional da feira por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo (SMDET), vê como importante o retorno do evento a sua integralidade, visto que no ano passado ela foi realizada de forma reduzida e com restrições decorrentes da pandemia. “São 50 expositores e cem famílias impactadas. É o sustento dessas famílias da região das ilhas, mais Restinga e Belém Novo. O retorno à normalidade é importante para que a cidade continue crescendo e gerando renda para os que querem trabalhar”, afirma o secretário titular da pasta, Vicente Perrone. 


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895