Apple atualiza iPhone para neutralizar programa de espionagem

Apple atualiza iPhone para neutralizar programa de espionagem

Atualização de emergência se aplica aos aparelhos comercializados desde 2011

AFP

Apple atualiza iPhone para neutralizar programa de espionagem

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A Apple fez uma atualização de emergência no sistema dos seus smartphones para neutralizar uma ameaça cibernética sofisticada: Pegasus, um programa de espionagem criado por uma empresa israelense que foi descoberto quando atacou o iPhone de um dissidente dos Emirados Árabes Unidos.

A atualização (iOS 9.3.5) se aplica aos iPhones e iPads comercializados desde 2011, assim como aos iPods de 2012, segundo informações publicadas na quinta-feira na página da empresa americana na internet. 

A Apple corrige, assim, três falhas de segurança no sistema iOS, que permitem aos hackers invadirem a memória ou introduzirem vírus no aparelho. "Fomos advertidos desta vulnerabilidade e a reparamos imediatamente", indicou um porta-voz da Apple.

Em comunicados separados, o Citizen Lab da Universidade de Toronto, especializado em censura informática, e a empresa de cibersegurança californiana Lookout contaram que cooperaram com a Apple após terem descoberto um mecanismo de ataque sofisticado, que se aproveita dessas três falhas (agrupadas sob o nome "Trident"), orientado contra "alvos de alto valor", como dissidentes políticos.

"O ataque permite controlar os iPhones e espiar as vítimas à distância, recolhendo informações de aplicativos como Gmail, Facebook, Skype, WhatsApp, Calendar, FaceTime, Line, Mail.Ru e outras", explicou a Lookout em uma nota no seu blog.

Trata-se, segundo eles, de um programa de espionagem batizado Pegasus, criado pela empresa israelense NSO Group. O ataque funciona como um "phishing": envia a um usuário uma mensagem com um link para um site que parece legítimo mas que foi concebido para contaminar discretamente o aparelho com um sistema de espionagem.

O blog descreve um programa altamente personalizável em função do país e das funções solicitadas pelo comprador: pode acessar a câmera, o microfone ou a geolocalização do aparelho, os conteúdos das mensagens, as chamadas e uma série de aplicativos de comunicação.

O programa espião da NSO foi descoberto depois que Ahmed Mansoor, um ativista dos direitos humanos dos Emirados Árabes Unidos, recebeu uma mensagem suspeita com um link para a internet e alertou o Citizen Lab, segundo o jornal USA Today.

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