Brumadinho negocia fundo internacional para reconstruir área atingida

Brumadinho negocia fundo internacional para reconstruir área atingida

Investimento depende da disponibilização de verbas por parte da Vale

Agência Brasil

Tragédia em Brumadinho completou um mês nesta semana

publicidade

O prefeito de Brumadinho, Avimar de Melo, informou nesta quinta-feira que negocia com um fundo internacional aporte de recursos para a reconstrução de estruturas danificadas na cidade, há duas semanas, com o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, pertencente à mineradora Vale. O investimento depende, contudo, da disponibilização de verbas por parte da mineradora.

Segundo o prefeito, o fundo, de origem canadense, entraria com 60% dos recursos a fundo perdido (ou seja, sem necessidade de ressarcimento). Já a Vale teria que aportar os 40% restantes, montante que poderia incluir os pagamentos e indenizações às famílias.

Ele calcula em aproximadamente R$ 150 milhões o total necessário para a retirada da lama, a recuperação do meio ambiente e a reconstrução de parte da cidade. O valor da reconstrução de uma ponte, por exemplo, para viabilizar o trânsito de alguns vilarejos ao centro, está orçado em R$ 10 milhões.

Melo ressaltou que a Vale terá de arcar com as despesas relacionadas ao atendimento às vítimas e à reparação dos danos. “Na verdade, a Vale não está fazendo mais que a obrigação. Porque reparar vítimas não tem preço”, disse Melo.

Pagamentos

Os primeiros repasses da mineradora, no valor de R$ 100 mil, foram pagos a mais de 100 vítimas da tragédia, informou o prefeito. Também foi fechado um acordo para que a mineradora continue repassando impostos, mesmo com o fim das atividades, o que deve ocorrer de 20 a 24 meses, no montante de R$ 5 milhões mensais.

A prefeitura também quer que a empresa não demita os trabalhadores. “Ela [a Vale] vai ter que pagar com os funcionários em casa. Se eles não cumprirem, iremos ao Ministério Público e vamos parar a Vale em todos os lugares.” Ele acrescentou que vai prestar “todo apoio às vítimas" na negociação com a companhia.

Melo disse estar preocupado com o fim da atividade da mineradora na cidade, responsável por 80% dos royalties e por 35% da arrecadação do município. Ele disse que, além da negociação com o fundo, também prepara projetos a serem entregues aos governos estadual e federal.

Responsabilidade

Avimar de Melo foi questionado sobre a responsabilidade da administração municipal na tragédia, em razão da fiscalização da barragem rompida e do plano de segurança. Ele se justificou apontando o papel de fiscalização para o governo do estado e órgãos federais, como a Agência Nacional de Mineração. “Quem exige o plano é a Agência Nacional de Mineração. O que foi feito acompanhar a equipe da Defesa Civil e a equipe técnica das Vale. Não temos profissionais capazer para dizer se estão corretos ou não".


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895