Cais Mauá Brasil questiona suposta intenção do governo em romper contrato

Cais Mauá Brasil questiona suposta intenção do governo em romper contrato

Grupo de Trabalho do Piratini apontou série de irregularidades nos trabalhos para revitalização da área

Correio do Povo

Vencedora de licitação pressiona por renegociação do contrato

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A situação do Cais Mauá deve evoluir para uma questão judicial. No último dia 23, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite liderou reunião para tratar da área e a conclusão foi pela rescisão ou remodelação do contrato. A Cais Mauá Brasil, que venceu a licitação para as obras de modernização, publicou nota nesta terça-feira em que cita "amparo jurídico" para exigir uma reformulação do acordo com o Piratini.

"A Cais Mauá do Brasil recebe com surpresa a possível decisão do governo do Estado, antecipada pela imprensa nesta terça-feira. A assessoria jurídica do Cais aguarda posicionamento oficial do Executivo estadual", publicou a empresa em nota oficial.

Ainda conforme o posicionamento da Cais Mauá Brasil, "a advogada Natasha Giffoni Ferreira, do escritório Volk e Giffoni Ferreira, de São Paulo, que assinou o pedido de repactuação, adianta existir amparo legal e jurídico suficientes para o ajuste do contrato". Também avalia, citando o advogado Cláudio Lamachia, que "uma nova licitação seria muito mais demorada e custosa ao Estado, ao passo que a nova gestão da CMB já se demonstrou amplamente capaz de concretizar o projeto de uma vez por todas".

O resultado de um Grupo de Trabalho apontou pelo menos sete irregularidades no processo conduzido pela empresa Cais Mauá: inadimplência no pagamento do arrendamento, descumprimento do prazo e falta de execução do cronograma, perda das condições de habilitação previstas em edital, perda de prazo para renovação da licença ambiental, ausência de licenciamentos, falta de execução para contrapartidas e descumprimento de cláusula que obriga reparos de danos nos armazéns. O Grupo de Trabalho atuou de janeiro até o começo de abril.

Já a Associação Amigos do Cais Mauá (Amacais) pressiona para que o governo estadual rescinda o contrato com a empresa Cais Mauá. A entidade cita uma série de irregularidades na condução do processo, incluindo a operação da Polícia Federal (PF) que investiga fraudes na captação de recursos junto a fundos de pensão, tendo como uma das empresas suspeitas de integrar o esquema a FIP Cais Mauá, acionista majoritária do consórcio Cais Mauá. A Operação Gatekeeper, deflagrada ainda em abril do ano passado, não investigou diretamente as obras ou os investimentos direcionados às reformas do Cais Mauá.


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