À espera de helicópteros, socorristas improvisam resgates no Vale do Rio Pardo

O mau tempo impediu a chegada de dois helicópteros da Força Aérea Brasileira (Fab) a municípios no Vale do Rio Pardo. A expectativa era que o reforço estivesse disponível até às 10h desta quarta-feira, mas a falta das aeronaves fez com que socorristas improvisassem tentativas de resgate. Eles aproveitam a baixa de aproximadamente 1m30cm nas águas do rio para tentar chegar em áreas de difícil acesso, onde moradores se refugiam em cima de telhados.

Cerca de 60 pessoas permanecem ilhadas em Vera Cruz. De acordo com o prefeito Gilson Becker, elas esperam por socorro na região das Linhas Mato Alto e Entre Rios. Ele afirma que moradores auxiliam a Defesa Civil e os bombeiros, utilizando barcos e até com jet skis para fazer resgates.

"Há dois moradores com jet skis que estão auxiliando nos resgates, além de voluntários em barcos. Outros também disponibilizaram máquinas para a retirada de galhos e destroços”, disse.

O método também foi aplicado na ERS 409, no bairro Bom Jesus, onde o prefeito de Vera Cruz destaca que não há mais moradores em situação de risco. Ele estima que pelo menos mil pessoas estão fora de casa no município.

Em Santa Cruz do Sul, a prefeita Helena Hermany se disse apreensiva com a impossibilidade do resgate aéreo. “Esperávamos a chegada das aeronaves até às 10h, mas fomos surpreendidos com a notícia de que não conseguiriam decolar. Estamos apreensivos. Vou entrar em contato com governador Eduardo Leite e pedir prioridade na região.”

Ainda conforme a prefeita, todos os moradores em situação de risco no bairro Várzea foram resgatados com barcos. No momento, também com auxílio voluntário, o desafio é acessar a localidade de Rio Pardinho, onde há cerca de 40 pessoas ilhadas. A estimativa é que pelo menos 200 pessoas estejam alojadas em abrigos na cidade.