Índios caingangues voltam a bloquear a BR 386 em Iraí

Índios caingangues voltam a bloquear a BR 386 em Iraí

Pelo segundo dia, grupo interrompe o tráfego de veículos na rodovia federal

Agostinho Piovesan

Os índios já haviam feito protesto na terça-feira

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Índios caingangues voltaram a bloquear a BR 386 em Iraí, no Norte do Estado, na manhã desta quarta-feira. Centenas de índios ficaram sobre a pista e no acostamento, no segundo dia de obstrução do trânsito na principal rodovia federal da região. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanhou a movimentação.

A pedido da Advocacia Geral da União, a 1ª Vara da Justiça Federal de Palmeira das Missões concedeu liminar visando desobstruir a BR 386. O juíz federal substituto Murilo Scremin Czezacki, no despacho, autoriza a Poder Público (PRF e Polícia Federal) a adotar "as medidas necessárias e suficientes ao resguardo da ordem do entorno e, principalmente, à segurança dos pedestres, motoristas, passageiros e dos próprios participantes do movimento, que porventura venham a posicionar-se em locais inapropriedos na rodovia federal, inclusive mediante o emprego de força policial". 

O grupo acatou a decisão e liberou o trânsito na rodovia por volta das 11h30min. Nessa terça-feira, os caingangues trancaram a rodovia em dois períodos por quase seis horas. Os índios protestam contra a transformação da Secretaria Especial da Saúde Indígena em um departamento a ser englobado por outra secretaria.

O Ministério da Saúde informou que eventuais mudanças no desenvolvimento das ações de vigilância e assistência à saúde aos povos indígenas ainda estão sendo objeto de análise e discussão. Segundo a nota, não existe, no momento, medida provisória do governo federal que modifica a política indigenista do país e municipaliza os serviços de saúde de indígenas. “Para isso, o ministério tem se pautado pela garantia da continuidade das ações básicas de saúde, a melhoria dos processos de trabalho para aprimorar o atendimento diferenciado à população indígena, sempre considerando as complexidades culturais e epidemiológicas, a organização territorial e social, bem como as práticas tradicionais e medicinais alternativas a medicina ocidental.”

 

 


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