60,4 mil pessoas residiam em domicílios coletivos no Rio Grande do Sul, aponta Censo de 2022

60,4 mil pessoas residiam em domicílios coletivos no Rio Grande do Sul, aponta Censo de 2022

Maior número de moradores foram encontrados em penitenciárias e centros de detenção

Correio do Povo
60,4 mil pessoas residiam em domicílios coletivos no Rio Grande do Sul

60,4 mil pessoas residiam em domicílios coletivos no Rio Grande do Sul

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Dados divulgados nesta sexta-feira pelo Censo Demográfico, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que no Rio Grande do Sul, em 2022, 60,4 mil pessoas residiam em domicílios coletivos. O número equivale a 0,6% da população do Estado.

O tipo de domicílio coletivo com maior número de moradores foi penitenciária, centro de detenção e similar, que abrigava 24,4 mil pessoas, o que corresponde a 40,4% do total de moradores de domicílios coletivos e 0,2% do total da população gaúcha.

“Para o Censo 2022, domicílios coletivos foram definidos como uma instituição ou estabelecimento onde a relação entre as pessoas que nele se encontravam, na data de referência, era regida por normas de subordinação administrativa”, explica Bruno Perez, analista do IBGE.

O segundo tipo mais frequente foi Asilo ou outra instituição de longa permanência para idosos, com 22,4 mil pessoas, ou 37,0% do total de moradores de domicílios coletivos e 0,2% da população gaúcha. Os demais tipos foram Hotel ou pensão (2,9 mil pessoas), Alojamento (2,6 mil), Clínica psiquiátrica, comunidade terapêutica e similar (2,2 mil) e Abrigo, casas de passagem ou república assistencial para outros grupos vulneráveis (1,5 mil), Orfanato e similar (1,5 mil), Abrigo, albergue ou casa de passagem para população em situação de rua (345), Quartel ou outra organização militar (275) e Unidade de internação de menores (263). A categoria “Outro domicílio coletivo” registrou 2,1 mil moradores.

O tipo Penitenciária, centro de detenção e similar foi o que concentrou a maior parte dos moradores de domicílios coletivos em 26 das 27 unidades da federação, com exceção de Roraima, onde predominam os Abrigos, casas de passagem ou república assistencial para outros grupos vulneráveis. Já os Asilos ou outras instituições de longa permanência para idosos têm no Rio Grande do Sul sua maior proporção entre todos os tipos de domicílios coletivos, comparativamente às demais unidades da federação.

O Censo também mostrou que o Estado concentra 13,9% de todos os moradores de domicílios do tipo “Asilo” no país, uma proporção bem maior que a que detém do total da população (5,4%). Em conjunto, as regiões Sul e Sudeste concentravam 82,3% dos moradores dos domicílios desse tipo. “Esse percentual pode ser explicado pelo fato de serem as duas regiões com as estruturas etárias mais envelhecidas do país”, lembra Perez.

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Homens entre 20 a 39 anos eram ampla maioria em penitenciárias

O Censo 2022 também traçou um perfil de idade, sexo e alfabetização das pessoas residentes em domicílios coletivos. Nos relacionados à privação de liberdade, havia amplo predomínio de homens: 96,7% do total de moradores de penitenciárias e 92,4% dos moradores de unidades de internação de menores.

No tipo “Penitenciárias”, 72,4% dos moradores tinham de 20 a 39 anos – a faixa de idade mais frequente, de 30 a 39 anos, tinha 37,1%, e a segunda, de 20 e 29 anos, tinha 35,1%. Já a taxa de analfabetismo foi de 4,6%, a quarta menor entre todos os tipos de domicílios coletivos e ligeiramente superior ao verificado para o conjunto da população do estado (3,1%).

O analista pondera, no entanto, que “É preciso considerar que os domicílios desse tipo têm uma concentração de moradores de grupos etários mais jovens, nos quais as taxas de analfabetismo, na população em geral, já são bastante reduzidas”. Ou seja, quando se desagrega a taxa de analfabetismo por grupos de idade, os moradores das penitenciárias tinham uma taxa de analfabetismo mais elevada que o total da população em todos os grupos a partir dos 20 anos de idade.

Os homens também eram mais de 70% nas Clínicas psiquiátricas, comunidades terapêuticas e similares (73,2%), nos Abrigos, albergues ou casas de passagem para população em situação de rua (76,8%) e nos Quartéis ou outras organizações militares (99,6%). Já nos asilos, as mulheres eram a maioria, com 66,7%. “Esse resultado alinha-se à maior expectativa de vida das mulheres e à predominância das mulheres entre a população mais idosa em geral”, afirma Bruno.


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