Ação social auxilia moradores da região Sul de Porto Alegre
Comunidade do Lami recebe alimentos e roupas a partir do trabalho de voluntários
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A temperatura estava na casa dos 9ºC na manhã desta quinta-feira, mas as aposentadas Zilmarina Neubert e Juraci da Costa encararam o frio do fim da manhã. Sob vento e garoa, as duas moradoras do Lami, no extremo sul de Porto Alegre, caminharam das casas em que vivem até a Estrada Otaviano José Pinto em busca de roupas quentes. No local, em frente ao número 522, as vizinhas e amigas foram acolhidas pela equipe do mutirão solidário, iniciativa que apoia a comunidade do bairro com doações desde que a água do Guaíba invadiu centenas de casas da região.
“Com esse frio é importante pegar uma roupa, né? A gente precisa”, afirmou Zilmarina.
A Juraci contou que além de agasalhos para ela, levou roupas para um sobrinho, que tem 5 anos de idade. “Hoje eu peguei um abrigo pro meu sobrinho. A gente às vezes precisa e não tem como comprar”, lamenta.
Além de roupas, o espaço oferece cobertores, calçados, água e alimentos. Todos os dias, 12 voluntários revezam as tarefas do local, entre elas o preparo de refeições. São em média 400 marmitas por almoço.
“Montamos isso aqui quando a água empurrou o povo para fora de casa e estamos 24 horas por dia”, garante o pescador Lauri Goettems, um dos responsáveis pelo acampamento improvisado na beira da estrada.
A ação social contava com o apoio de uma organização internacional, que repassava os alimentos para serem preparados e servidos à comunidade. Sem o auxílio, o trabalho persiste, mas Lauri relata dificuldades e pede ajuda para continuar.
“Aqui tudo é doação, mas nem sempre chega, hoje servimos as marmitas sem carne. Precisamos que as pessoas ajudem com alimentos, em nome das pessoas que almoçam diariamente aqui”, completa Lauri.