Assinado termo de cooperação entre Prefeitura de Canoas e Estado para instalação de dois Centros Humanitários de Acolhimento
A denominação dos Centros Humanitários de Acolhimento sintetiza a proposta do governo do estado, que é acolher as pessoas com humanidade e dignidade
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Foi assinado nesta quinta-feira, entre governo do Estado e Prefeitura de Canoas, o termo de cooperação que prevê a instalação de dois Centros Humanitários de Acolhimento (CHAs) no município. A formalização do documento tem como objetivo a união de esforços, com plano de trabalho e cronograma de execução, para a construção dos espaços que irão abrigar pessoas que perderam suas casas pelas enchentes. Esta é uma solução transitória entre os abrigos provisórios criados na emergência dos eventos climáticos registrados em maio e as moradias definitivas. Os Centros Humanitários de Acolhimento (CHAs) integram a política habitacional do governo do Estado em resposta ao desastre.
O vice-governador Gabriel Souza disse que o espaço, ainda em formatação, vai receber pessoas e famílias que tiveram que sair de casa porque perderam tudo. “Pessoas que perderam sua história de vida objetos pessoais, fotos e recordações. Este é um momento de muita dor.” Segundo ele, seis homens montam uma unidade em 5 horas e, assim que os serviços complementares estiverem disponíveis uma força-tarefa será realizada para a montagem dos 170 abrigos. “É um investimento social muito importante. Este é o momento que o poder público vai oferecer um espaço com mais dignidade solidariedade e amor. Este é um projeto desafiador, que vai contar com a cooperação de muitas partes.”
O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, disse que este é o momento mais difícil da cidade. “Vivemos uma tragédia e uma catástrofe, mas é importante ver o lado humano das pessoas. Temos aqui 150 mil pessoas que foram atingidas e 70 mil casas completamente destruídas. Pessoas que tinham muito pouco e perderam o pouco que tinham. A memória, o afeto, as fotos as cartas. Tudo foi absolutamente perdido. Diante do medo, precisamos ter respostas e nos preparar para novos desafios, com sensibilidade e olhar do futuro.”
A coordenadora de resposta e emergência da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Ana Scatone, lembrou que além das unidades habitacionais, com capacidade para abrigar 898 pessoas, o local também vai oferecer uma série de serviços e projetos sociais para atender as famílias. “As unidades são construídas com a prioridade de proteção, uma espécie de alívio durante esta fase emergencial e urgente. São espaços de proteção, segurança e de dignidade.”
No local, uma das unidades habitacionais temporárias da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) já estava montada e foi visitada pelas autoridades. As estruturas temporárias serão coletivas e viabilizadas no Centro Olímpico Municipal, com capacidade para abrigar de 800 a 1 mil pessoas, e em região próxima à Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), para acolher até 900 pessoas. As casas modulares da Agência da ONU para Refugiados (Acnur) também serão acopladas ao projeto com alojamentos, atendimento médico, brinquedoteca, espaços para animais de estimação, chuveiros/ banheiros, cozinha, dormitórios e espaço multiuso, entre outros espaços.
As unidades serão modulares, em formato de tenda galpão (retangular) e tenda piramidal com estruturas metálicas e divisórias internas. São estruturas condizentes às pessoas que deverão permanecer por mais tempo fora das suas casas. A denominação dos Centros Humanitários de Acolhimento sintetiza a proposta do governo do estado, que é acolher as pessoas com humanidade e dignidade. A gestão ficará sob a responsabilidade da Organização Internacional para as Migrações (OIM), integrante da rede da Organização das Nações Unidas (ONU). Já o Sistema Fecomércio financiará a contratação da empresa para instalação e manutenção das estruturas.