Baixo índice de cobertura vacinal no RS preocupa órgãos e especialistas

O baixo índice de cobertura vacinal é uma preocupação crescente e alerta órgãos de saúde e especialistas. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porto Alegre, a cobertura do reforço contra a Covid-19 está abaixo do desejado, com uma média de 160 doses da vacina bivalente aplicadas na última semana.

O médico infectologista do Hospital Moinhos de Vento, Paulo Gewehr, ressalta que a vacinação continua sendo a estratégia mais eficaz, pois a Covid-19 ainda representa uma ameaça, mesmo com a redução do impacto. Ele ainda destaca que a vacina bivalente abrange as novas mutações do vírus, proporcionando uma proteção sólida. “Mesmo que o impacto tenha diminuído, a Covid-19 continua fazendo vítimas. A vacinação se faz necessária, principalmente no grupo mais vulnerável. A vacina bivalente traz vantagem, ela contempla as novas mutações do vírus", explica o especialista.

O especialista também expressa preocupação com os baixos índices de vacinação, que não alcançam nem 15% de cobertura, principalmente entre os grupos de risco. Ele enfatiza a importância de seguir o calendário vacinal em todas as faixas etárias “para obter a máxima proteção que as vacinas podem oferecer".

Além dos riscos à população, a baixa cobertura vacinal pode levar ao descarte de vacinas devido ao vencimento. A SMS revela que existem 8.112 vacinas com datas de validade entre 13 e 23 de novembro, nas 45 Unidades de Saúde que realizam a vacinação contra a Covid-19. O órgão pretende eliminar esse estoque até o final da Campanha Nacional de Multivacinação, programada para ocorrer de 14 a 28 de outubro.

A multivacinação faz parte do Movimento Nacional pela Vacinação, iniciado em fevereiro pelo Ministério da Saúde, com o objetivo de atualizar o calendário vacinal e evitar a reintrodução de doenças já erradicadas no Brasil, devido à queda na cobertura vacinal nos últimos anos.

De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde do RS, no período de no período de janeiro a outubro deste ano, a Central Estadual de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Ceadi) descartou 4.360 doses de imunizante contra Covid-19, doses que já estavam descongeladas na Ceadi antes do parecer favorável da Anvisa para a revalidação de lotes do fabricante Pfizer.

A assessoria da secretaria ainda informa que a partir de setembro deste ano, conforme pactuação e devido a significativa redução no número de doses solicitadas quinzenalmente pelos municípios, os envios de doses de vacinas contra Covid para as Regionais de Saúde (e posterior distribuição aos municípios) passou a ser mensal ou sempre que necessário através de liberação extra.

A definição de entregas mensais foi decorrente também da desaceleração no número de doses aplicadas e baixa procura pela vacina nas unidades de saúde.