Bandeira simboliza resistência e recomeço de comércio no bairro Vila Farrapos em Porto Alegre
Movimento no comércio do bairro está fraco, mas empreendedores acreditam em uma retomada positiva para os negócios
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A mais de 100 dias da enchente que devastou Porto Alegre, uma bandeira do Rio Grande do Sul com a frase "Não tá morto quem peleia" foi erguida em frente a uma farmácia no bairro Vila Farrapos, para simbolizar a reabertura do local. A proprietária, Priscila Marques de Lima, explica que a bandeira simboliza resistência e recomeço e permanecerá no local por um bom tempo.
A farmácia, estabelecida no bairro há cinco anos, reabriu em 3 de agosto. Durante o período de fechamento, Priscila e sua família enfrentaram apenas dívidas. Além da farmácia, duas residências no bairro Humaitá também foram afetadas. Priscila considerou desistir, pois não conseguiu obter nenhum benefício anunciado pelo governo. “Não íamos reabrir. Não tivemos apoio de bancos ou do governo. As garantias exigidas eram inviáveis. Tudo foi feito por conta própria”, afirma, destacando o apoio essencial das indústrias farmacêuticas, que doaram produtos, medicamentos e móveis.
Ela e o esposo, Rafael Telles, notam uma queda de 60% no movimento do bairro. O casal conta que muitos proprietários não voltaram para as suas casas e não pretendem voltar. Muitos estão com medo das chuvas de setembro e a possibilidade da já conhecida enchente de São Miguel.
Priscila afirma que a perspectiva para os próximos meses ainda é de muita luta. “Não vai ser fácil, estamos tendo que pagar as coisas que compramos para recomeçar e os fornecedores antigos. Eu estou pagando um boleto do dia e um boleto da enchente”, revela.
Antônio Oliveira, que tem uma padaria na Vila Farrapos desde 2004, também sofreu com a enchente. Ele nunca imaginou que a água ultrapassaria os primeiros degraus de seu estabelecimento. Oliveira também está trabalhando para colocar as contas em dia e espera que uma nova enchente não ocorra. Mesmo contando que muitos de seus clientes estão adiando reformas devido ao receio de novas chuvas e o medo de uma nova enchente, ele acredita na retomada do bairro e está positivo com o futuro.