Bares e restaurantes do Rio Grande do Sul ainda sentem os efeitos das enchentes

Bares e restaurantes do Rio Grande do Sul ainda sentem os efeitos das enchentes

Segundo dados do Caged, mais de 3.800 funcionários formais de bares e restaurantes gaúchos foram desligados nos últimos dois meses.

Correio do Povo

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As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul ainda causam reflexos negativos na economia local. Segundo dados do Caged, divulgados na última segunda-feira, mais de 3.800 funcionários formais de bares e restaurantes gaúchos foram desligados nos últimos dois meses. Em um setor onde há o predomínio de trabalhadores informais, a projeção é de que o número seja ainda maior, fator que evidencia a dificuldade das empresas em manter seus colaboradores.

Em maio, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) chamou a atenção para que fosse reeditado o BEm, programa emergencial para manutenção de empregos e rendas, concedido pelo Governo Federal durante a pandemia. Esse programa foi crucial para preservar empresas que precisaram fechar temporariamente, garantindo um piso salarial proporcional aos empregados sem a necessidade de que os empresários complementassem o valor.

No entanto, diante da crise causada pelas enchentes, o Ministério do Trabalho optou pela publicação da Portaria nº 991, que prevê o pagamento de duas parcelas do salário-mínimo aos funcionários dos negócios afetados. Esse valor é inferior ao piso salarial do setor no estado e vem com a condição de que a empresa mantenha os funcionários empregados por, no mínimo, quatro meses. Para os empresários, a medida mostrou-se insuficiente ao manter os custos elevados, vistos que ainda há diversas outras despesas para a reestruturação dos negócios.

"Durante as enchentes de maio, a Abrasel prontamente tomou medidas para auxiliar os empresários do setor e enfatizou a necessidade de iniciativas como a reedição do BEm. Apesar disso, para que o setor de bares e restaurantes possa realmente se recuperar, ainda é necessário um suporte federal mais consistente e direcionado. Esse apoio, somado a outras medidas, será importante para conseguirmos superar os desafios e assegurar a viabilidade dos negócios", comenta o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.

Uma pesquisa feita pela Abrasel no estado gaúcho mostrou que, em maio, 39% dos estabelecimentos diziam que seria necessário fazer desligamentos de funcionários, sendo que para 46% seria preciso fazer entre três e cinco demissões. Essa pesquisa indicou, também, que quase metade dos estabelecimentos (49%) tinham dívidas em atraso.


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