Campo Bom estima mais de 1,5 mil casas danificadas pela inundação e anuncia plano de combate às enchentes
Entre as ações, estão previstos a implantação de sistema de bombeamento móvel, o desassoreamento de arroios e a elaboração de estudos para a construção de diques
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Um levantamento preliminar feito pela Prefeitura de Campo Bom aponta que cerca de 1.502 casas foram danificadas pela enchente do Rio dos Sinos. Destas, quatro foram totalmente destruídas e outras estão em análise. Vistorias técnicas seguem sendo realizadas pelas equipes da Defesa Civil, que também identificaram danos em 8 prédios públicos, sendo o maior prejuízo relacionado a equipamentos, móveis e materiais (seis escolas municipais, uma unidade de saúde e a sede da Secretaria de Obras), além de oito edificações de uso comunitário. Por isso, segundo a Administração, o número de imóveis comprometidos devido à enchente ainda pode aumentar. A estimativa de prejuízos causados pela enchente, tanto privados quanto públicos, gira em torno de R$ 44 milhões.
Para combater futuras inundações na cidade, o prefeito Luciano Orsi anunciou que está dando início ao maior plano de combate às enchentes da história da cidade. Entre as ações está a implantação de um sistema de bombeamento móvel nos bairros Operária e Vila Rica, a elaboração de estudos para a construção de diques nas localidades de 25 de Julho, Porto Blos e Vila Rica, bem como a criação de um comitê e a realocação de famílias de áreas ribeirinhas.
“Entendemos que há medidas que o Município pode tomar a fim de garantir mais proteção aos moradores. Por isso, determinei que as secretarias de Obras e de Meio Ambiente desenvolvessem um plano de ação para minimizar os impactos de possíveis novas enchentes”, afirma Orsi, garantindo que a Prefeitura tem dinheiro em caixa e reservou até R$ 3 milhões para investimento imediato das ações.
Segundo ele, o plano foi dividido em etapas, com medidas de curto, médio e longo prazo. “Iniciamos a desobstrução e limpeza das redes pluviais com hidrojateamento, tirando todo o lodo que ficou por causa da enchente”, destaca Gênifer Engers, secretária municipal de Obras, Planejamento e Serviços Urbanos. O processo será realizado em toda a cidade, recuperando a condição total de escoamento da água das chuvas.
Outra ação que já está em curso é o desassoreamento dos arroios, medida que vai remover o excesso de areia, lodo e galhos, dando maior vazão e diminuindo o volume de água que transborda dos arroios e invade as casas. A operação de desassoreamento começou pelo Arroio Schmidt. Mais medidas de curto prazo são a aquisição de bombas para a implantação de um sistema de bombeamento móvel nos bairros Operária e Vila Rica, a instalação de comportas nos sistemas de drenagem de Operária e Vila Rica, bem como o redimensionamento do sistema da Operária. Um sistema provisório de bombeamento já foi colocado em funcionamento nas últimas semanas na Vila Rica a fim de tirar a água parada das ruas Marcos Silvano e Fortunato Gambim.
O plano prevê ainda a implantação de bacias de contenção nos arroios Weidler e Quatro Colônias, além da reconstrução da galeria pluvial da Rua Fridolino Martin e o estudo da possibilidade de redimensionamento do Arroio Peri, no bairro Imigrante Norte. O plano estabelece ainda a recomposição das matas ciliares de todos os cursos d'água do município.
Serão ainda elaborados estudos para a implantação de diques, sistemas de contenção para o Rio dos Sinos, próximo à Corsan, no bairro 25 de Julho, e na Rua das Flores, no Porto Blos e Vila Rica. Os estudos devem ser apresentados à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). O plano indica a possibilidade de realocação das pessoas que vivem em áreas de inundação e a criação de um plano de evacuação de áreas de riscos, com instalação de sistema de alertas e de um programa de preparação à população para a desocupação.
“Nós sabemos que a questão das enchentes depende de toda a bacia do Rio dos Sinos e de outras bacias. Vamos pleitear junto a todo o Estado e ao Governo Federal que também façam sua parte a fim de evitar que voltemos a ter enchentes tão devastadoras quanto a que tivemos agora”, conclui o prefeito.