Campo Bom terá projeto de recuperação ambiental

Campo Bom terá projeto de recuperação ambiental

Ao todo, serão onze lagoas em sistemas subsequentes de tratamento

Stephany Sander

Toda a área, que soma dois hectares, está dentro da planície de inundação do Rio dos Sinos

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Um projeto que vai conciliar recuperação ambiental, fomento à biodiversidade e área de lazer está sendo desenvolvido na cidade de Campo Bom. Em uma região que sofria com alagamentos e inundações, localizada entre os bairros Vila Rica e Porto Blos, será implantado um parque de fitorremediação, empregando banhados construídos, uma tecnologia que consiste na utilização de plantas como agentes de purificação de água poluídas com esgoto doméstico.

Segundo o secretário de Meio Ambiente de Campo Bom, Jeferson Timm, toda a área, que soma dois hectares, está dentro da planície de inundação do Rio dos Sinos, então não haveria possibilidade de urbanização do local. “É um espaço que constantemente sofre em função das cheias e da poluição. A solução que encontramos foi a implantação dessa tecnologia de saneamento com os chamados jardins filtradores”, afirma o secretário, destacando que a primeira etapa da obra, que consiste na escavação de quatro lagoas no principal ponto de inundação da área, já está sendo finalizada.

Ao todo, serão onze lagoas em sistemas subsequentes de tratamento primário, secundário e terciário. Nesse sistema, o esgoto chega a uma lagoa e é transferido para a seguinte, até alcançar a última delas, que então direciona a água de volta para o rio. Esse processo é executado com o objetivo de se reconstruir a configuração original da área, que era de banhados.

A próxima etapa da obra é a finalização do talude, o cercamento da área para proteção e o plantio das macrófitas aquáticas que farão o tratamento de esgoto. “Essas plantas de banhado liberam oxigênio na água, o que acelera a decomposição do esgoto, e absorvem os nutrientes que ficam nela. Então, depois de passar pelas raízes das plantas, a água sai mais limpa. Esse é o principal papel dessas plantas, além de sua função ecológica, que trará biodiversidade para o local e irá recuperar a área para a formação que ela tinha originalmente”, explica Timm, ao reforçar que a área era um constante depósito de lixo, muito visada para descartes irregulares. Com a recomposição da área, a intenção ainda é transformar o local em um espaço de lazer.


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