Canoas informa não ter remédios para entubações em UTI

Canoas informa não ter remédios para entubações em UTI

Município informa que estoques estão em baixa no país agravado por internações de Covid-19

Fernanda Bassôa

Cirurgias eletivas foram suspensas no sistema de saúde do município

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A Prefeitura de Canoas comunicou nesta quinta-feira ao governo do Estado que não há possibilidade de a rede municipal receber novas internações em leitos de UTI, reguladas pela Secretaria Estadual da Saúde, devido ao baixo estoque de medicamentos e analgésicos essenciais para tratamento de pacientes. “Não há medicamentos para manter o paciente internado, ministrar oxigênio e para mantê-lo em coma induzido", frisou o secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter.

"Há atrasos de fornecedores com a entrega dos medicamentos pela falta no mercado em geral. Não são medicamentos que se compram em farmácias, são mais específicos. Até agora, contamos com a rede de solidariedade criada entre os municípios. Esteio nos doou alguns insumos, Nova Bréscia nos doou ampolas e assim estamos sobrevivendo dia a dia”, esclareceu.

Ritter disse que a prefeitura já acionou o Ministério Público Estadual e o MP Federal em razão do baixo estoque de produtos essenciais. “Precisamos de providências urgentes. Já interrompemos as cirurgias e agora fomos obrigados a não receber mais pacientes em UTI.” Nesta semana, a Ufrgs repassou para Canoas 800 frascos de medicamentos essenciais. A cidade é referência em atendimentos para 156 municípios gaúchos.

Conforme a Secretaria Estadual da Saúde (SES), a compra desses medicamentos sempre foi a cargo dos hospitais, mas informou que neste momento de pandemia foi verificada uma falta generalizada no país. O Estado esclarece que fez há mais de dez dias levantamento de estoque do chamado kit entubação com todos os hospitais que fazem parte do Plano de Contingência Hospitalar e enviou para Canoas e para o Ministério da Saúde. Esta pasta está tratando da compra emergencial, visto que esse é um procedimento a cargos dos hospitais.

A secretária estadual, Arita Bergmann, está sugerindo ao Ministério da Saúde que compre os medicamentos e distribua aos estados. A SES ainda informou que, no caso de Canoas, com o eventual bloqueio dos leitos, a Central de Regulação Estadual de Leitos deve buscar os disponíveis nos outros hospitais.  “O Estado segue tentando ajudar os hospitais.”
 


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