Caxias tem crescimento da economia de 14,7% em maio

Caxias tem crescimento da economia de 14,7% em maio

Resultado dá alívio, mas queda com Covid-19 ainda é forte na comparação com 2019

Celso Sgorla

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Os indicadores do mês de maio revelam que houve crescimento de 14,7% na economia de Caxias do Sul em comparação com abril, quando os efeitos da pandemia fizeram o desempenho econômico local despencar 27%. Indústria, com 28,5%, e o comércio, com 20,8%, apresentaram reação positiva na comparação com abril, mas tiveram forte redução em relação a maio do ano passado. Já os serviços registraram queda de 13,7% sobre abril deste ano e de 38% sobre maio de 2019. É o que mostra o levantamento realizado pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) e Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e divulgado nesta quinta-feira (23).

No acumulado do ano, a retração da economia caxiense é de 11,9%, com indústria, comércio e serviços negativos em mais de dois dígitos. Ao se comparar maio de 2020 com o mesmo mês do ano passado, a queda da economia é ainda maior: 27%, o que demonstra os impactos da crise do coronavírus.

“Abril foi o pior mês até aqui”, afirmou a diretora de Economia, Finanças e Estatística da CIC Caxias Maria Carolina Gullo. Já o indicador que mede o acumulado de 12 meses mostra uma queda menos acentuada de 3,1%, com a indústria e o comércio negativos, e os serviços ainda positivos.

No mês de maio, Caxias do Sul perdeu 2.900 postos de trabalho, com todos os setores apresentando saldo negativo no período. No acumulado de 2020, já são 9.115 empregos a menos, sendo a indústria o setor que mais fechou vagas.

Também diretor de Economia, Finanças e Estatística da CIC Caxias, Astor Schmitt deu um tom mais otimista para o cenário da economia caxiense. Ele acredita que a confiança demonstrada por parte do empresariado aponta para uma retomada favorável pós-pandemia. “Passada a crise, o trem lentamente voltará para os trilhos”, aludiu. Ele citou o caso da Fras-le, que acaba de concretizar a compra da Nakata Automotiva, com sede em São Paulo, para expandir sua atuação no mercado de reposição, numa transação de aproximadamente R$ 500 milhões. “Nenhuma empresa faz um investimento deste porte se não tiver uma visão positiva de longo prazo”, afirmou.


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