CEEE Equatorial conclui nova fase de religações de energia no Centro Histórico de Porto Alegre

CEEE Equatorial conclui nova fase de religações de energia no Centro Histórico de Porto Alegre

Rede subterrânea da parte seca da região central foi isolada das áreas alagadas para que o religamento possa ser concluído para cerca de 25 dos 40 mil clientes da região

Guilherme Sperafico

Equipes trabalham para concluir ainda hoje a religação

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A CEEE Equatorial está finalizando uma operação inédita de religação de energia nas áreas secas do Centro Histórico de Porto Alegre, com previsão de concluir essa etapa ainda na noite desta terça-feira. A ação envolve uma força-tarefa de 200 técnicos, que trabalham para restabelecer a energia em diversos pontos da região central da capital.

Conforme o diretor-presidente da CEEE Equatorial, Riberto Barbanera, desde o início da catástrofe, a concessionária tem se empenhado em restabelecer a energia em Porto Alegre, especialmente no Centro Histórico, que possui uma rede subterrânea.

As inundações afetaram profundamente essa rede, uma vez que os transformadores - que normalmente ficam em postes nos casos das redes em áreas externas - estão localizados no subsolo e muitos deles foram inundados. Para religar a energia nas áreas secas, é necessário drenar a água das câmaras subterrâneas, avaliar as condições dos equipamentos e reconectar os dutos de forma segura.

Segundo Barbanera, mais de 50% das câmaras subterrâneas já foram abertas para possibilitar o trabalho que está sendo realizado. “Na parte alta do Centro Histórico, a água não chegou, o que facilitou nosso trabalho. No entanto, a rede subterrânea, que geralmente é mais confiável e causa menos transtornos, foi severamente afetada pela inundação”, explicou. Ele destacou que religar a área seca sem isolar a área alagada colocaria vidas em risco devido ao choque elétrico.

Para resolver esse problema, a equipe de engenharia da CEEE Equatorial decidiu abrir a malha da rede subterrânea, um procedimento nunca antes realizado na história da empresa. “Dividimos a malha em três partes. A primeira, que está na parte alta da cidade, já foi religada. Na semana passada, começamos a abrir a segunda malha, permitindo energizar a parte alta até o Palácio Piratini e desligando a parte alagada até o cais” detalhou o diretor-presidente, que ressaltou que a operação envolveu riscos calculados de sobrecarga do sistema elétrico e queima de transformadores, mas foi bem-sucedida.

Até agora, a operação já restabeleceu a energia em 19 mil pontos. A expectativa é de religar mais seis ou sete mil pontos até o final do dia, totalizando cerca de 25 mil pontos religados. Ainda restarão pelo menos 15 mil clientes sem energia na região central. “Estamos falando de algo em torno de 40 a 45 mil clientes no Centro Histórico. Nossa prioridade é religar a maior parte possível, sempre garantindo a segurança”, afirmou Barbanera.

Conforme o diretor-presidente, os principais desafios enfrentados na realização destes trabalhos incluem medidores de energia submersos e duas subestações inundadas. “A água e a eletricidade não combinam, por isso, após a drenagem, precisamos testar os medidores para evitar curto-circuitos. Instalamos uma subestação móvel para prover energia em áreas críticas”, explicou Barbanera.

Ele ressaltou, ainda, o fato de que a companhia atende, além de Porto Alegre, diversos municípios gaúchos. Entre eles, cidades como Eldorado e Guaíba também enfrentam desafios semelhantes, com necessidade de reconstrução de redes e postes.

De acordo com Barbanera a resposta da CEEE Equatorial para a crise atual foi aprimorada com base em experiências anteriores. “Desde que cheguei ao Rio Grande do Sul, há nove meses, enfrentamos diversos temporais. Cada evento nos ensinou algo novo, permitindo aprimorar nosso plano de contingência e aumentar nossas equipes. Atualmente, temos cerca de 120 equipes adicionais, dobrando praticamente a força de trabalho em comparação ao ano passado”, afirmou.


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