Conferência em Porto Alegre discute possível aplicação no RS de soluções holandesas contra cheias

Conferência em Porto Alegre discute possível aplicação no RS de soluções holandesas contra cheias

Governo do país europeu divulgou estudo recentemente voltado a Porto Alegre

Felipe Faleiro

Driessen e Leite também discutiram soluções durante o evento

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Dez técnicos do governo da Holanda e diversos outros do RS se reúnem até a próxima quinta-feira no Centro Cultural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, para avaliar soluções relacionadas à proteção contra cheias na região metropolitana da Capital. A abertura da conferência, nesta terça, teve a presença do governador Eduardo Leite, do embaixador dos Países Baixos no Brasil, André Driessen, do prefeito Sebastião Melo e do representante brasileiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Mogan Doyle, que falou virtualmente.

O workshop inicia um dia após o governo holandês divulgar os resultados de um estudo direcionado a Porto Alegre apontando a necessidade de diversas medidas de curto a médio prazo para evitar novas catástrofes climáticas. O documento em si está na mão do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), que está realizando a revisão final antes de sua divulgação. Para Driessen, nenhum sistema de proteção seria suficiente para proteger a cidade da tragédia ocorrida.

“É muito fácil falar de falhas no sistema. Estamos aqui para pensar a resiliência futura do estado, porque esperamos que, no futuro, estes fenômenos poderão ocorrer com mais frequência, considerando os efeitos das mudanças climáticas e do El Niño, que reaparece a cada tantos anos. As enchentes no Rio Grande do Sul não tiveram precedentes. Por isso, temos que repensar este sistema, incrementar o nível de proteção e altura dos diques e bombas”, comentou o embaixador.

Na abertura, houve citação ao projeto Room for the River, implementado na Holanda a partir de 2007 com obras ao longo de diversos rios do país, como o Reno, o Mosa e o Waal, ao custo de aproximadamente 2,3 bilhões de euros, a fim de contribuir para a gestão hídrica e controle de cheias. Questionado se tal sistema poderia ser implementado no Rio Grande do Sul, Leite afirmou que o conhecimento técnico e experiência da Holanda são “muito bem-vindos”.

“Não se trata de copia e cola. Aqui pegamos exemplos, inspirações, analisamos tecnicamente se são aplicáveis aqui. O que vivenciamos teve uma extensão gigantesca, e há soluções técnicas que devem ser aplicadas a regiões como o Vale do Taquari, outras para a região metropolitana. São situações distintas. A experiência da Holanda em levar adiante projetos com seus impactos sociais e ambientais também nos ajuda a entender determinados pontos de conflito para que possamos tentar fazer essas entregas mais rápido”, destacou o governador.

Já Doyle prestou condolências às vítimas das chuvas no RS e disse que o BID doou mais de R$ 4 milhões ao RS, e tem R$ 4 bilhões disponíveis para novos contratos. “Tenho certeza de que esse evento vai ser muito produtivo. Vamos somar a experiência holandesa internacionalmente reconhecida na gestão hídrica com a capacitação e conhecimento aprofundado do local dos profissionais e acadêmicos brasileiros”, comentou o representante do banco no Brasil.


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