Confira como estão as obras de revitalização do Viaduto Otávio Rocha, em Porto Alegre

Confira como estão as obras de revitalização do Viaduto Otávio Rocha, em Porto Alegre

Estrutura é uma das mais importantes e emblemáticas da Capital e deve ser reinaugurada em dezembro deste ano

Correio do Povo

Previsão inicial era entregar reformas em abril deste ano

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A revitalização do Viaduto Otávio Rocha, um dos marcos da arquitetura urbana mais conhecidos do Centro Histórico de Porto Alegre, completa um ano e oito meses em obras nesta quarta-feira, 24. E apesar de contratempos causados pela inundação, a estimativa do município é reinaugurar a estrutura ainda em 2024.

“Nossa expectativa é concluir a recuperação em dezembro”, afirma o secretário de Obras e Infraestrutura (Smoi), André Flores.

Orçado inicialmente em R$ 13,7 milhões, o projeto prevê a recuperação completa da estrutura. Elementos construtivos e decorativos estão em processo de restauro, preservando as características originais, porém atualizações de acessibilidade, segurança e mobilidade estão inclusas.

Conforme a Smoi, o revestimento característico do viaduto, chamado de cirex e que imita a textura do granito, será substituído. Também já está em andamento a reforma das instalações elétricas e hidráulicas, impermeabilização de pisos e alvenarias, pintura e a desobstrução e o redimensionamento dos sistemas de drenagem.

O secretário destaca trabalhos de restauração executados nas portas de madeira e janelas em ferro das 31 lojas existentes sob as escadarias que ligam a avenida Borges de Medeiros e a rua Duque de Caxias, além dos ladrilhos internos e externos, balaustradas e a recuperação das estátuas que ficam no alto, sob o vão central.

Secretário André Flores destaca reforma das salas comerciais sob as escadas que ligam a avenida Borges de Medeiros com a rua Duque de Caxias | Foto: Mauro Schaefer

“É um trabalho complexo, que preserva cada detalhe da construção, mas que atualiza elementos, tornando o espaço mais atrativo para a população. Vamos ter aqui, por exemplo, os postes de ferro originais, mas com iluminação com lâmpadas de led; teremos o piso de época, mas com a faixa tátil para pessoas com deficiência visual, teremos monitoramento por câmeras, parklets (espaços antes destinados a estacionamento transformados em locais de convivência e lazer, como mini praças e áreas gastronômicas)”, enumerou Flores.

O viaduto Otávio Rocha reformado contará com dois banheiros públicos com acessibilidade universal e sala de administração. Outra novidade é a instalação de portas de vidro nos acessos às escadas internas e corrimãos centrais nas escadarias principais.

Escadaria principal terá corrimão para facilitar a deslocamento de pessoas com mobilidade reduzida | Foto: Mauro Schaefer

Após a entrega, o espaço será concedido à iniciativa privada, que ficará responsável pela conservação e exploração dos espaços comerciais. A projeção da gestão do município é que bares, restaurantes, espaços culturais e outras atividades econômicas ocupem as tradicionais salas sob as escadarias.

‘’Esta é uma obra emblemática, seja pela sua importância logística, cultural e histórica. Nós estamos colocando nossos melhores esforços para poder entregar este espaço à população’’, finaliza o secretário André Flores.

Conheça a história

O Viaduto Otávio Rocha foi concebido dentro do Plano de Melhoramentos e Embelezamento de Porto Alegre, proposto em 1914 pelo engenheiro João Moreira Maciel, diretor de Obras da Intendência Municipal. Sua construção alinhava-se com outros projetos de urbanização de diversas capitais, com abertura, alargamentos e prolongamentos de vias, canalizações de águas, construção de jardins e parques e instalação de novos equipamentos.

A estratégica ligação do Centro à Zona Sul, com o alargamento e o rebaixamento das ladeiras do estreito Beco General Paranhos, determinou a construção do Viaduto para conectar a rua Duque de Caxias. As duas novas estruturas foram denominadas de Otávio Rocha e Borges de Medeiros, à época intendente municipal e presidente do Estado, respectivamente.

O projeto, aprovado em 1927, tem autoria dos engenheiros Manoel Barbosa Assumpção Itaqui e Duílio Bernardi, professores da Escola de Engenharia. A dupla foi responsável por importantes obras executadas na Capital, algumas das quais hoje integram o campus central da UFRGS.

A concorrência para a execução do viaduto e da Borges do foi vencida pela Companhia Construtora Dyckerhoff & Widmann. Foi construído a partir de 1928 e a entrega aconteceu em 1932.

Por sua importância cultural e arquitetônica, o Viaduto Otávio Rocha foi protegido legalmente pelo tombamento municipal, em 1988. Desde a inauguração, recebeu duas intervenções de recuperação: em 1998 e 2010.

A recuperação em curso, e prevista para ser concluída em dezembro deste ano, integra o programa Centro+. A avenida Borges de Medeiros e da rua dos Andradas estão entre as revitalizações em curso no Centro Histórico e integram o conjunto de intervenções urbanas previstas para esta importante região da Capital.

A partir da revitalização, o viaduto contará com um novo Plano de Proteção Contra Incêndios (PPCI). O projeto prevê também investimentos em sinalização viária, turística e comercial.


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