Congresso de infraestrutura aborda o assoreamento pós enchente
O 2º Congresso Estadual de Infraestrutura foi realizado pela Federasul, na manhã desta quinta-feira
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A reconstrução da infraestrutura do Rio Grande do Sul e a criação de estratégias preventivas para os futuros desastres climáticos foram o foco do 2º Congresso Estadual de Infraestrutura realizado pela Federasul, na manhã desta quinta-feira.
Na abertura do Congresso, o presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, abordou a importância da infraestrutura para a competitividade e qualidade de vida no Rio Grande Sul. Costa enfatizou a necessidade de reconstruir e desenvolver obras mais resilientes após as enchentes de maio do Estado.
"A infraestrutura diz respeito ao futuro do Rio Grande do Sul”, afirmou. Costa também destacou a importância das vias de acesso para a competitividade do Estado em relação a Santa Catarina. E ressaltou o grande potencial do Porto de Rio Grande para ampliar a competitividade gaúcha. “O futuro do Estado passa pelo Porto de Rio Grande”, disse. Além disso, mencionou a reforma tributária e sua relevância para atrair investimentos, especialmente no setor agroindustrial. Ele considerou que a falta de mão-de-obra qualificada é um desafio significativo para o RS, e observou a necessidade de criar um ambiente favorável para reter talentos.
O primeiro painel contou com a participação do vice-prefeito Ricardo Gomes que destacou a importância da infraestrutura para o desenvolvimento econômico do RS e dos municípios brasileiros, para uma competição no mercado global.
O presidente de infraestrutura da Federasul, Carlos Bacchieri, destacou a importância de discutir os desafios enfrentados pelo Estado, especialmente em relação a eventos climáticos extremos. Ele ressaltou a necessidade de prevenção contra novas enchentes e a implementação de grandes projetos, como o investimento de 20 bilhões de reais da CMPC, que promete injetar recursos na economia local. Bacchieri também mencionou a relevância do Porto do Rio Grande e do Terminal Santa Clara, que facilitará o transporte e aliviará as rodovias da região metropolitana.
No painel Assoreamento Pós Enchente, o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, anunciou que a dragagem em curso deve restaurar o calado do Porto de Rio Grande para aproximadamente 12 metros até o final de outubro. Este projeto é crucial para melhorar a capacidade de navegação e aumentar a eficiência no transporte de cargas.
Atualmente, a dragagem emergencial está sendo realizada com recursos próprios da companhia, totalizando cerca de R$ 100 milhões. Contudo, para a execução completa das obras na hidrovia e no canal de navegação, é necessário um investimento adicional de aproximadamente R$ 600 milhões. Essa quantia contempla tanto a hidrovia que conecta o Porto de Rio Grande a Porto Alegre quanto o canal de acesso.
Klinger destacou que a limitação do calado tem impactado diretamente a capacidade de carga dos navios, obrigando a utilização de mais embarcações para transportar a mesma quantidade de carga. Com a atual profundidade em 12,8 metros, o ideal seria alcançar entre 14 e 15 metros para otimizar as operações.
Além da dragagem emergencial, o presidente afirmou a necessidade de um projeto de dragagem mais amplo para lidar com os problemas causados por chuvas intensas e assoreamento, que têm afetado a segurança e a eficiência da navegação. A expectativa é que, após a conclusão da dragagem emergencial, a situação se normalize e os recursos para a obra completa sejam liberados, garantindo uma operação portuária mais eficaz e segura.
O diretor da Praticagem da Barra, Guido Cajaty destacou a importância da praticagem, um elemento essencial para a segurança marítima, mas frequentemente desconhecido. Ele ressaltou que a praticagem atua como uma ponte entre o comércio marítimo e a segurança da navegação, sendo fundamental para o funcionamento eficaz dos portos.
Cajaty ressaltou a relevância de promover discussões em torno de temas que afetam a infraestrutura do Rio Grande do Sul, especialmente o Porto de Rio Grande, que ele considera um dos pilares dessa infraestrutura. Ele enfatizou a necessidade de unir diferentes setores para abordar questões de interesse coletivo, reiterando que eventos como o Congresso são cruciais para o desenvolvimento e fortalecimento da navegação no Estado.
Ele considerou que a participação ativa em fóruns de debate é uma oportunidade valiosa para compartilhar conhecimentos e promover melhorias na segurança e eficiência das operações portuárias. “O Porto de Rio Grande é um dos pilares da infraestrutura gaúcha, e é o que eu conheço. Mas tem muito mais no entorno e é preciso que nós venhamos para a mesma sala e possamos discutir esse tipo de assunto”, finalizou.