Coogamai apresenta ações de desenvolvimento sustentável em seminário realizado em Brasília

Coogamai apresenta ações de desenvolvimento sustentável em seminário realizado em Brasília

A Cooperativa de Garimpeiros, com sede em Ametista do Sul, abrange oito municípios e realiza a extração de 470 toneladas de pedras por mês

Agostinho Piovesan

Segundo o presidente da Coogamai, Izaldir Sganzerla, a região da cooperativa conta com 27 permissões de lavras garimpeiras em uma área de 15 mil hectares

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A Cooperativa de Garimpeiros do Médio Alto Uruguai (Coogamai), com sede em Ametista do Sul, no Norte do Estado, apresentou durante seminário promovido pelo Ministério de Minas e Energia (MME), em Brasília, nesta quinta-feira, as melhores práticas no setor de mineração para o desenvolvimento sustentável. A Coogamai que abrange oito municípios e conta com 1,4 mil associados que trabalham na extração de pedras ametista, calcita, gipsita, zeolita, ágta e quartzo, relatou o trabalho de extração de 470 toneladas de pedras por mês, com ênfase para as ações de desenvolvimento sustentável.

Segundo o presidente da Coogamai, Izaldir Sganzerla, na região da cooperativa, que conta com 27 permissões de lavras garimpeiras, numa área de 15 mil hectares, ocorre um aprimoramento dos métodos de lavra e implementação de boas práticas, trabalho que segue as normas e legislações da área mineral ambiental, de saúde e segurança. “Duas cooperativas de garimpeiros foram convidadas a participar do seminário, a Coogamai e Coogavepe, de Peixoto de Azevedo (Mato Grosso), e isso mostra as ações que desenvolvemos em relação às boas práticas de mineração para o desenvolvimento sustentável”, observa.

Sganzerla disse que o seminário organizado pela Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral (SGM) do MME teve por objetivo promover e incentivar o surgimento de novas ações e estimular o reconhecimento de ações de desenvolvimento sustentável na área garimpeira pela sociedade brasileira. “A mineração, mesmo pequena, está dando resultado ao nosso País e o povo está sendo resgatado da exclusão para inclusão, da miséria para uma vida confortável e vemos que os sonhos do trabalhador garimpeiro se tornaram possíveis de realizar”, comentou Sganzerla.

A extração das pedras preciosas nos municípios de Ametista do Sul, Frederico Westphalen, Iraí, Planalto, Trindade do Sul, Cristal do Sul, Rodeio Bonito e Gramado dos Loureiros é feita em galerias subterrâneas horizontais e muitas ultrapassam 200 metros de extensão. A Coogamai detalhou que o processo de extração é realizada com equipamentos de ventilação, instalações padronizadas de energia elétrica e uso de equipamentos de proteção individual. De Ametista do Sul também estiveram em Brasília o prefeito, Jadir Kovaleski, o secretário municipal de Turismo, Alcindo Zilch, e o engenheiro de Minas da Coogamai, Anderson Oliveira.

Durante o seminário, o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, enfatizou que a sustentabilidade na mineração norteará sua gestão no MME. “Apesar das conquistas que tivemos em 2021, ainda temos muito a avançar para levarmos a mineração a uma posição compatível ao potencial mineral do nosso território. E aqui reforço, mais uma vez, que à frente do MME direcionarei recursos necessários para transformar o Brasil em um grande exemplo de mineração – socialmente e ambientalmente responsável, tal qual os Estados Unidos, Canadá e Austrália”, disse o ministro.

Durante o evento, o secretário de Geologia e Mineração, Pedro Paulo Dias, destacou que o ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da ONU) é uma contribuição fundamental para o setor e, sobretudo, para a sociedade brasileira. “Gostaria de destacar a visão do ministério sobre a mineração sustentável, uma mineração que é capaz de conciliar as necessidades socioeconômicas, segurança e proteção ambiental, por meio da gestão adequada de resíduos. Destaco o grande avanço em relação à regra de fiscalização e segurança nas barragens: o Brasil adotou como opção a descaracterização de todas as suas barragens a montante”, disse o secretário.

O presidente da Cooperativa de Garimpeiros do Médio Alto Uruguai (Coogamai), Isaldir Sganzerla, ressaltou, ainda, que o evento dá maior visibilidade para empreendimentos mais remotos, que contam com muitos trabalhadores. Também participaram do evento o secretário especial adjunto de Articulação Social da secretaria de Governo da Presidência da República, Igor Araújo, o diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Victor Bicca, e a diretora de Hidrologia e Gestão Territorial do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), Alice Castilho.

No evento também apresentaram exemplos de boas práticas visando ao desenvolvimento sustentável as empresas Embu S.A, Lindoya Verão, Itaquareia Indústria Extrativa de Minérios, Mosaic Fertilizantes, Mineração Cerbras, AngloGold Ashanti, Cerâmica Portobello, Minalba Brasil e da Cooperativa dos Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto. O seminário foi realizado pelo MME em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a Secretaria Especial de Articulação Social (SEAS/SEGOV), e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).


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