Costureira de Esteio produz máscaras de algodão e doa aos profissionais da saúde e famílias

Costureira de Esteio produz máscaras de algodão e doa aos profissionais da saúde e famílias

Modesta da Silva já confeccionou mais de cem máscaras para doação

Fernanda Bassôa

Diferente das máscaras cirúrgicas, que são descartáveis, os equipamentos de proteção produzidos por Modesta são reutilizáveis.

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O tempo ocioso do confinamento que a pandemia do coronavírus impôs aos brasileiros e aos moradores da região Metropolitana despertou na costureira aposentada Modesta da Silva da Rosa, de 68 anos, a vontade de ajudar. O auxílio não vai apenas para as famílias carentes do bairro Três Portos, em Esteio, onde vive. A intenção é ajudar especialmente os profissionais e as equipes da saúde que atuam na linha de frente contra essa doença. No cômodo da casa onde produz fantasias para festas temáticas e para aniversários de criança, local onde também estão os equipamentos e utensílios de costura, Modesta encontrou alguns metros de tecido de algodão e elásticos usados em langieries. Há duas semanas ela tem produzido máscaras de proteção e seu empenho já resultou na confecção de mais de uma centena delas, praticamente todas bem coloridas. Trinta já foram doadas para os profissionais da saúde. Outras, ainda estão sob o aguardo de solicitação.

“Com toda essa loucura, vi na internet as pessoas fazendo máscaras e vendendo por R$ 15. O metro do tecido é R$ 30. Então percebi que alguns mal-intencionados estão se aproveitando do momento delicado, de vulnerabilidade das pessoas, para lucrar. Lucrar com uma coisa séria. Então pensei em fazer o contrário. Confeccioná-las para doá-las.” Diferente das máscaras cirúrgicas, que são descartáveis, os equipamentos de proteção produzidos pela Modesta são reutilizáveis. “A pessoa usa, lava e depois passa ferro. No dia seguinte, usa novamente. Por isso que o melhor é ter duas. Equanto uma lava, usa-se a outra.“

A aposentada ainda afirma que é gratificante saber que está ajudando. “Fico muito feliz em poder ajudar, mesmo que com pouco e de modo singelo, pois sei que se cada uma fizer o mínimo, vamos conseguir passar por esse momento difícil.” Modesta comenta que com um metro de tecido ela produz dez máscaras. Ela garante que ainda tem tecido para produzir cerca de 200 máscaras, mas precisa além de matéria-prima, de voluntárias para auxiliar na confecção. Interessados em ajudar a moradora do bairro Três Portos a disseminar a solidariedade e a produzir novos equipamentos de proteção contra o coronavírus, podem entrar em contato pelo telefone (51) 99396-3333.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895