Defesa Civil de Canoas alerta para possibilidade de cheia do Rio dos Sinos

Defesa Civil de Canoas alerta para possibilidade de cheia do Rio dos Sinos

Nível das águas na Praia do Paquetá estava acima do normal e registrava 1,79 metros neste domingo

Felipe Samuel

Defesa Civil alerta moradores sobre aumento do nível das águas na Praia do Paquetá

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Os municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre ainda contabilizam os prejuízos provocados pelo ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul a partir de quinta-feira. Por conta das fortes chuvas que atingiram a Serra e o Litoral Norte, a vazão dos rios pelos altos volumes de chuva registrados deve aumentar, com risco de cheia em pontos da bacia do rio do Sinos, Caí e Gravataí. Conforme a meteorologista Estael Sias, da MetSul Meteorologia, existe risco de cheia de grande porte especialmente na Bacia do Sinos.

 

Em Canoas, devido a elevação do nível do Rio dos Sinos, a Defesa Civil do município monitora a situação de moradores da Praia do Paquetá, onde o nível das águas neste domingo estava em 1,79 metros, às 11h. O secretário adjunto do Escritório de Resiliência Climática e Defesa Civil de Canoas, Igor de Sousa, afirma que três residências da região da prainha estão debaixo da água. Ele explica que o nível normal da água é entre 0,90 metros a 1,20 metros. “A gente vem monitorando a descida do rio dos Sinos de Novo Hamburgo e do Caí, porque essa água acaba vindo para Canoas no sentido Lagoa dos Patos. Neste domingo a gente está com o vento a nosso favor, é um vento norte, mas a qualquer momento o vento pode virar vento Sul e essa água acabar represando aqui no município”, alerta. 

Segundo Sousa, a Defesa Civil do RS entrou em contato com as equipes que atuam em Canoas para orientar sobre possíveis impactos provocados pela liberação de águas represadas na Serra e outras regiões. Diante desse cenário, a Defesa Civil do município mantém alerta até terça-feira. “Eles passaram algumas orientações informando que, após a desobstrução de vias, rios e pontes que caíram no interior e na Serra, isso também está 'segurando', represando ainda a água lá por esse sentido. No momento que houver essa desobstrução, essa água vai escoar com mais rapidez aqui para Canoas e a gente pode ter um impacto maior aqui”, observa.

Naquela região, existem cerca de 150 moradias: 70 casas na Prainha do Paquetá e outras 80 na rua da Barca. Conforme Sousa, são os dois pontos mais sensíveis. “Nossa preocupação mesmo é que o rio dos Sinos vem a descer entre domingo, a madrugada de segunda e até terça-feira”, completa. Para garantir a segurança daquela população, a Defesa Civil vai a região três vezes por dia: pela manhã, à tarde e à noite. “Temos também a rua da Barca, que fica entre o bairro Harmonia e Matias, que é um vilarejo mais recente, onde as casas são no nível do rio. Ali a gente tem uma preocupação um pouco maior”, completa.

Em função do temporal, 60 pessoas estavam desalojadas. Agora essas pessoas precisam de doações, como cobertas, material de higiene, roupas e alimentos. O levantamento feito pela Defesa Civil quanto às doações é muito positivo, porém, alguns itens têm baixa doação, entre eles: calçados infantis (abaixo da numeração 34), produtos de limpeza e roupas masculinas. As doações podem ser feitas no Corpo de Bombeiros, localizado na avenida Santos Ferreira, 965, e nos postos de coleta da Campanha do Agasalho.

 


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