Defesa Civil de Canoas alerta para possibilidade de cheia do Rio dos Sinos
Nível das águas na Praia do Paquetá estava acima do normal e registrava 1,79 metros neste domingo

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Os municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre ainda contabilizam os prejuízos provocados pelo ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul a partir de quinta-feira. Por conta das fortes chuvas que atingiram a Serra e o Litoral Norte, a vazão dos rios pelos altos volumes de chuva registrados deve aumentar, com risco de cheia em pontos da bacia do rio do Sinos, Caí e Gravataí. Conforme a meteorologista Estael Sias, da MetSul Meteorologia, existe risco de cheia de grande porte especialmente na Bacia do Sinos.
Em Canoas, devido a elevação do nível do Rio dos Sinos, a Defesa Civil do município monitora a situação de moradores da Praia do Paquetá, onde o nível das águas neste domingo estava em 1,79 metros, às 11h. O secretário adjunto do Escritório de Resiliência Climática e Defesa Civil de Canoas, Igor de Sousa, afirma que três residências da região da prainha estão debaixo da água. Ele explica que o nível normal da água é entre 0,90 metros a 1,20 metros. “A gente vem monitorando a descida do rio dos Sinos de Novo Hamburgo e do Caí, porque essa água acaba vindo para Canoas no sentido Lagoa dos Patos. Neste domingo a gente está com o vento a nosso favor, é um vento norte, mas a qualquer momento o vento pode virar vento Sul e essa água acabar represando aqui no município”, alerta.
Segundo Sousa, a Defesa Civil do RS entrou em contato com as equipes que atuam em Canoas para orientar sobre possíveis impactos provocados pela liberação de águas represadas na Serra e outras regiões. Diante desse cenário, a Defesa Civil do município mantém alerta até terça-feira. “Eles passaram algumas orientações informando que, após a desobstrução de vias, rios e pontes que caíram no interior e na Serra, isso também está 'segurando', represando ainda a água lá por esse sentido. No momento que houver essa desobstrução, essa água vai escoar com mais rapidez aqui para Canoas e a gente pode ter um impacto maior aqui”, observa.
Naquela região, existem cerca de 150 moradias: 70 casas na Prainha do Paquetá e outras 80 na rua da Barca. Conforme Sousa, são os dois pontos mais sensíveis. “Nossa preocupação mesmo é que o rio dos Sinos vem a descer entre domingo, a madrugada de segunda e até terça-feira”, completa. Para garantir a segurança daquela população, a Defesa Civil vai a região três vezes por dia: pela manhã, à tarde e à noite. “Temos também a rua da Barca, que fica entre o bairro Harmonia e Matias, que é um vilarejo mais recente, onde as casas são no nível do rio. Ali a gente tem uma preocupação um pouco maior”, completa.
Em função do temporal, 60 pessoas estavam desalojadas. Agora essas pessoas precisam de doações, como cobertas, material de higiene, roupas e alimentos. O levantamento feito pela Defesa Civil quanto às doações é muito positivo, porém, alguns itens têm baixa doação, entre eles: calçados infantis (abaixo da numeração 34), produtos de limpeza e roupas masculinas. As doações podem ser feitas no Corpo de Bombeiros, localizado na avenida Santos Ferreira, 965, e nos postos de coleta da Campanha do Agasalho.