Edifício é interditado no centro de Canela por risco de colapso

Edifício é interditado no centro de Canela por risco de colapso

Moradores e lojistas foram notificados nesta sexta-feira para deixarem o prédio, construído sobre arroio

Halder Ramos

Interdição preventiva envolve o imóvel e um posto de combustíveis

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O Corpo de Bombeiros Misto de Canela notificou na tarde desta sexta-feira os moradores do Edifício Querência a deixarem suas moradias. O prédio foi construído sobre o arroio Santa Terezinha no começo da década de 1980, e as sapatas edificadas dentro da água apresentam risco de colapso. Além dos 15 apartamentos, foram interditados preventivamente oito lojas no mesmo imóvel e um posto de combustíveis, que fica ao lado do edifício, no centro da cidade.

O major Maurício Ferro Corrêa, comandante regional dos Bombeiros, explica que a determinação cautelar atende laudo técnico emitido por engenheiro. “Um laudo estrutural diz que há o risco iminente de colapso da estrutura. Se tivermos que errar, vamos errar por prudência e precaução em relação às vidas”, afirma. Conforme o major, as chuvas previstas para o final de semana agravam a situação.

Novo documento técnico envolvendo o prédio será apresentado na terça-feira, em audiência no Ministério Público (MP). “Existem pessoas que questionam o laudo e um novo estudo será feito por outro profissional. Temos dois laudos que indicam possível colapso. Não sabemos se é hoje, amanhã, daqui a um ano ou, talvez, nem haja. Excesso de cautela nesse caso é bem-vindo.”

O caso é alvo de inquérito civil na Promotoria de Justiça de Canela desde 2010. Em abril, a prefeitura foi notificada a apresentar ao MP um parecer técnico da edificação. Uma empresa foi contratada pela administração e o laudo, entregue ao promotor Paulo Eduardo de Almeida Vieira. Com base no relatório técnico, a Promotoria emitiu despacho na quinta-feira para que os bombeiros tomassem as medidas adequadas, incluindo a interdição dos prédios. Após reunião com a administradora do condomínio, os moradores e lojistas foram orientados a deixar os apartamentos e pontos comerciais.

Conforme o prefeito Constantino Orsolin, está em andamento a licitação para obra que desviará o canal que passa embaixo do edifício. Com o projeto, toda a água será canalizada por uma nova tubulação e o atual leito será fechado com pedras marroadas. O valor do investimento é de R$ 800 mil e, segundo o prefeito, os trabalhos devem começar assim que os trâmites burocráticos permitirem.




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