Em agenda ao RS, senador Hamilton Mourão visita dependências do Hospital Universitário, em Canoas

O senador Hamilton Mourão chegou nesta quinta-feira na Base Aérea de Canoas e deu início a uma série de compromissos ligados a situação crítica causada pelas mudanças climáticas que vem ocorrendo com maior frequência e afetando drasticamente municípios do Rio Grande do Sul. Em sua visita ao estado, Mourão esteve no Hospital Universitário (HU), em Canoas, local em que o senador gaúcho destinou uma emenda parlamentar no valor de R$ 500 mil, ainda em 2023, e instituição que absorveu na madrugada de 4 de maio 103 pacientes, de forma imediata, realocados do Hospital de Pronto Socorro (HPSC), que teve a estrutura invadida pelas águas. Dos pacientes, 20 eram de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e outros 83 de áreas de internação. Além disso, na mesma data, outras 96 pessoas, resgatadas das zonas de inundação, também foram encaminhadas para o HU, pois precisavam de atendimento médico em razão de hipotermia e outras necessidades em decorrência da enchente.

Acompanhado do secretário de saúde do município, Mauro Sparta, e de dirigentes do Hospital Universitário, como o diretor operacional, Jorge Mendes Ribeiro, o senador Mourão disse que existem duas medidas urgentes que o governo federal deveria anunciar. “Primeiro é o pagamento do benefício emergencial, que já foi aprovada na pandemia, para pagar os salários usando o Fundo do Amparo do Trabalhador. Existem empresas que estão sem condições de produzir e consequentemente de pagar seus funcionários. Esta é uma medida importante, caso contrário, teremos uma cascata de desemprego e das pessoas perdendo a renda.”

Outra questão que deve ser amplamente discutida, segundo ele, é a compensação do Estado e Municípios pela perda de arrecadação em maio, que está calculada em 65% até o final do ano em 35%. “A liberação de recursos pode ser feita mensalmente. A expansão fiscal. E terceira questão é que o governo tem que sinalizar efetivamente junto a concessionária do Aeroporto Salgado Filho a reorganização do contrato para que ela possa investir na recuperação do aeroporto.” Hamilton Mourão foi nomeado relator da comissão externa do Senado criada para acompanhar a crise no Rio Grande do Sul e propor soluções legislativas.

O diretor operacional do HU esclareceu que no ápice da inundação a taxa de ocupação da instituição saltou de 370 para 520. “Tivemos muita dificuldade porque o número de colaboradores em várias áreas caiu muito, em razão de residirem em áreas afetadas. Tivemos quantitativo de pacientes muito grande. Foram duas semanas bem tensas. Formamos um Comitê de Gestão de Crise dentro do hospital para tratar dos estoques, mas estávamos bem abastecidos de equipamentos e insumos. Tivemos problemas também na questão da logística porque havia materiais que não chegavam. Agora estamos estabilizados,” comentou Ribeiro.

O secretário de saúde do município disse que Canoas passa por um momento triste e comprometedor. “Fomos muito impactados. Praticamente metade da cidade foi comprometida pelas águas. Das 27 unidades de saúde, perdemos 18. Das quatro UPAS, perdemos três e mais o Hospital de Pronto Socorro (HPSC), que é regional e atende mais de dois milhões de pessoas. Um hospital de trauma, de tratamento agudo em que a falta dele compromete a saúde de todo o Rio Grande do Sul.” Sparta pontua que o HPSC é um equipamento que precisa ser recuperado o mais rápido possível.

“Estamos fazendo levantamento do que se perdeu e vistorias na estrutura predial. Só em aparelhos chegamos ao valor R$ 37 milhões, pois tudo que estava no térreo foi comprometido. Era onde estava a sala vermelha, sala de sutura, UTI, bloco cirúrgico, sala de recuperação, refeitório e áreas administrativas. A parte elétrica, hidráulica, de gases e os geradores de energia devem ser todos recuperados.” De acordo com Sparta, não existem prazos definidos para a recuperação do hospital.