Empresários do setor coureiro-calçadista exigem medidas para mitigar os prejuízos causados pelas enchentes
De acordo com os sindicatos, as perdas registradas somente nas cidade de Igrejinha e Três Coroas atingem 94 empresas e estimam danos na ordem de R$ 163,8 milhões
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Empresários do ramo coureiro-calçadista, representantes sindicais das cidades do Vale do Paranhana, acompanhados dos prefeitos das cidades de Igrejinha e Três Coroas, bem como dos deputados estaduais Luciano Silveira e Joel Wilhelm se reuniram com o deputado federal Alceu Moreira no início da semana a fim de exigir da União medidas emergenciais para a recomposição das fábricas que foram extraviadas com a força das águas.
De acordo com os sindicatos da Indústria de Calçados de Igrejinha (SindIgrejinha) e Três Coroas (SICTC), as perdas registradas somente nos dois municípios atingem 94 empresas e estimam danos na ordem de R$ 163,8 milhões. O setor pleiteia mais de R$ 135 milhões para capital de giro. “Essa necessidade se faz imediata para que as empresas retomem suas atividades, visto que estas perderam estoques de matéria-prima, maquinários, além dos danos estruturais”, diz o documento, assinado pelos presidentes do SICTC, João Batista Vargas de Souza, e do SindIgrejinha, Vinícius Mossmann.
O prefeito de Igrejinha, Leandro Horlle, enfatizou que o cenário é muito preocupante com relação ao setor da indústria e também com a manutenção dos postos de trabalho. “Nossa preocupação é que muitas empresas ainda não conseguiram retomar suas atividades e até este momento não foi apresentado nenhum programa efetivo que pudesse comtemplar este setor. Estimamos que os reflexos sejam muito dramáticos.” Horlle acredita que se parte das indústrias e empresas não conseguirem voltar a operar, a região vai viver uma grande onda de desemprego e uma queda brusca de receita e arrecadação. Recursos estes que são necessários para a reestruturação da infraestrutura das cidades.
“Nossa preocupação é que tenhamos um programa efetivo de auxílio para as indústrias calçadistas que vá além da prorrogação de impostos. Precisamos de medidas de manutenção de renda e de empregos. Igrejinha mantém 8 mil empregos diretos e estimamos que metade destes postos corre o risco de fechar em decorrência dos reflexos provocados por este evento climático”, disse o prefeito de Igrejinha.
O deputado federal se comprometeu de levar a pauta de reivindicações ao governo federal e ficou encarregado de mediar o diálogo com o ministro de Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, nos próximos dias. “Sabemos do impacto que o setor gera para a região, em termos de emprego e renda. Em números, representa cerca de 80% da economia local. Portanto é uma engrenagem essencial para a dignidade de milhares de pessoas. É preciso soluções imediatas, linhas com tempo e prazo de carência que permitam a sustentação das atividades”, defende o parlamentar.